s e l e t a n d o ----> ?


sábado, novembro 29, 2003

Esconde-esconde

Hoje percebo o que perdemos
Tudo o que jamais tivemos
E que nunca conquistaremos
Entendo também o que você calou
Seu silêncio e seu olhar perdido

Nem mesmo isso sobrou

Agora apenas temos ainda
Sua vida desperdiçada
E a minha longe
Escondida


99 Luftballons (ein Teil)
„Hast du etwas Zeit für mich
Dann singe ich ein Lied für dich
Von neunundneunzig Luftballons
Auf ihrem Weg zum Horizont
Denkst du vielleich g’rad an mich
Dann singe ich ein Lied für dich
Von neunundneunzig Luftballons
Und dass sowas von sowas kommt
...
Habe ’n Luftballon gefunded
Ich denke an dich und lass ihn fliegen“
(Nena)

quinta-feira, novembro 20, 2003

Nenhuma Saudade (Nessun Rimpianto)
883

Todos me diziam verás
Já aconteceu a todos, porém depois
Te levantas um dia e não pensa mais nisso
Esquecerás... Esquecerás dela

Só que não é bem assim
Horas gastas olhando os últimos
Momentos nos quais tu eras aqui comigo
Onde eu errei e por quê
Mas depois me dei conta que

Não sinto nenhuma saudade
Nenhum remorso
Somente certas vezes entenda que
Apenas antes de dormir
Me parece sentir
A tua recordação que me bate
E me faz amar um pouco

Como dizem todos o tempo é
A única cura possível
Só o orgulho nos invade um pouco
Um pouco demais
Para desistirmos a tempo
Mas me ajudou a me perguntar
Se era justo ser tratado assim
Por uma pessoa que dizia
Amar-me e proteger-me
Antes de me abandonar aqui

Não sinto nenhuma saudade
Nenhum remorso
Somente certas vezes entenda que
Apenas antes de dormir
Me parece sentir
A tua recordação que me bate
Mas eu não abrirei

Não sinto nenhuma saudade
Nenhum remorso
Somente certas vezes entenda que
Apenas antes de dormir
Me parece sentir
A tua recordação que me bate
Mas eu não abrirei

Apanhando por causa de Buda

Aline, quase apanhei ontem! Fui convidado para a festa de aniversário de um ex-casinho meu. Legal mas... o que eu vou dar de presente?

Fui com uma colega da faculdade em uma lojinha exotérica para comprar algo. Olhei para uns golfinhos que pareciam estar copulando. Cheguei até a pegar na mão para ver mais de perto. Então a vendedora pergunta: "o presente é para uma menina?" Eu respondo: "não exatamente..." Ela olha meio estranho, parecendo não estar entendendo (ou definitivamente sem estar entendendo lhufas) e eu sigo olhando tudo que tem pela loja.

Então minha colega olha uns Budas perto do caixa e pergunta: "Olha só, Alex! Por que você não dá um Buda para ele?" Eu, prontamente, respondo: "Nahhh.. não gosto muito de Buda". Nisso uma compradora (provavelmente, uma fiel compradora) ultraexotérica berra: "NÃO FALE MAL DE BUDA!!!!! A intonação foi algo que variava entre duzentas mães repeendendo todos os seus filhos ao mesmo tempo por terem entrado em casa com os sapatos sujos e terem emporcalhado o carpete.

Imediatamente eu olho para trás, faço uma cara de acho-que-não-fiz-um-comentário-muito-feliz e digo: "Desculpe, Buda. Não quis lhe ofender... Sinto muito! Mesmo!" A mulher olha para mim e diz: "Que menino debochado".

Ah... dá um tempo né?

domingo, novembro 16, 2003

Ahhh .. Aline.. Tinha esquecido de te contar as últimas do ex-namorado psicopata daquele carinha com quem eu tava saindo... Lembra? Aquele que sentou na nossa mesa em um bar duas vezes e eu ofereci pastel e batata-frita, que subiu no quarto quando eu estava dormindo, etc.

Nós voltamos a sair juntos ha uns dias. Eu e o carinha, claro, sem o ex-namorado dele. Dizia ele que o "contexto" havia mudado e que não seríamos mais importunados. Óbvio que eu caí nessa balela.

Primeira noite: o ex-namorado psicopata dorme na porta do prédio dele e, quando saímos para ir a um bar ele estava lá. Dei oi, pelo menos e entrei no carro. Quando o carinha com quem eu estava saindo entra no carro eu pergunto: "o que tu dizia sobre o contexto ter mudado?"

Segunda noite, alguns dias depois: o carinha me pega de carro e decidimos no caminho para onde vamos. Vamos comer pastel? Vamos! Ao sair de lá, estamos voltando para a casa do carinha e um carro começa a dar sinal de luz e tenta nos ultrapassar. "Que doido! Para que fazer isso?", eu penso. Adivinha quem era? O ex-psicopata! No mesmo dia eu fico sabendo que ele deu um som para o carro do carinha e ainda o convidou para morarem juntos! WOW!

No outro dia, falamos por telefone e o assunto acaba sendo desviado inconscientemente para "afinal de contas o que tu sente por ele?" Pois é, Aline. Prefiro não dizer aqui, mas posso garantir que não faço nenhuma questão de tentar denovo...

Moral da história? Jamais ofereça batata-frita para o ex-namorado psicopata de quem estiver saindo com você.

Aline.. ainda estou esperando sua resposta...

Na verdade acho que eu estou escrevendo com muita freqüência.. Se isso é bom ou não eu não sei e também não estou disposto a descobrir.. Ando tendo idéias e isso é uma coisa boa. Ao menos assim não fico pensando em bobagens (se é q as coisas que escrevo não são bobagens completas)...

Cheguei hoje de Gramado, onde passei o final de semana junto com a família, para surpresa da minha mãe. Veja o diálogo:
- Xande, nós vamos para Gramado nesse final de semana e tu vai ficar sozinho em casa, e ...
- Eu posso ir junto?
- Tu quer ir junto conosco ?!?!?!

Okay, Aline. Você sabe que eu sempre fui meio alienado de programas em família, mas quando tudo dá errado, é só o que nos resta. E se a companhia da família não fosse agradável, pelo menos eu estaria sozinho, longe de Porto Alegre, lendo O Quatrilho. Já é alguma coisa.

Minha mãe foi para uma Feira do Turismo ou algo assim. Eu fui acompanhando, e naquele momento eu fui promovido a sócio-gerente da agência. Sinceramente, eu preferiria continuar sendo técnico de redes ou office-boy, se eu soubesse que a função de sócio-gerente era carregar sacolas com panfletos pesando mais de 20 Kg.

No evento encontrei milhões de conhecidos da noite. Quando me dei conta, eu estava sorrindo e conversando com mais pessoas que a minha mãe, que por sinal ficou um tanto impressionada com as minhas estratégias. Uma hora eu ainda disse pra ela: 'mãe, em qualquer lugar que tenha mais de 10 pessoas, pode acreditar que boa parte delas estará pensando em se arranjar'.

Infelizmente, as pessoas que trabalham no turismo vivem sentadas e comendo, então a maior parte delas não eram visivelmente aprazíveis. Não me arranjei, mas ao menos deu para descansar.

quinta-feira, novembro 13, 2003

Chego em casa, vou ao quarto da minha irmã, vejo um DVD em cima da escrivaninha. Ela fala:

- Vamos ver um filme. Chama-se "Como perder um homem em dez dias". Quer assistir conosco?
- Nah.. eu já sei fazer isso em menos tempo ...

É um dom ou uma maldição.
...

Oi Line ... Ainda estou esperando uma resposta sua. Pelo visto só eu posto por aqui.

Está tudo bem por aí? Por aqui em Porto Alegre as coisas não andam tão alegres assim. Estiveram bastante, por algum tempo. Mas nada dura pra sempre, e essa frase é a mais cliché que eu poderia ter usado para escrever aqui.

Aprendi algumas coisas hoje. Uma delas é que não se deve acreditar em nos sentimentos de pessoas que não os conhecem. Quando alguém não sabe o que sente por si mesmo, jamais saberá dizer o que sente pelo próximo. Não se pode deixar em palavras aquilo que não se conhece em essência e, caso tente-se fazê-lo, se deve ter consciência de que a sua definição nem sempre é a mais adequada.

Você pode não estar entendendo nada daquilo que estou escrevendo; em verdade, nem mesmo eu estou. Hoje, me dei conta que sorrizos não são um sinônimo para respostas, muito menos são eles um antônimo da tristeza. Muitas pessoas sorriem não porque acham algo engraçado, mas para desviar a atenção do seu interlocutor. Talvez, a mea-culpa faça-as agir assim.

Tive certeza de que quanto mais solitário alguém é, menos ele se preocupa com a fé e a esperança que os outros têm nele. Porque uma pessoa solitária nada mais é que alguém que, por alguma razão, não consegue olhar para os lados e, assim, não percebe o quanto os outros tentam se aproximar, mas tem medo. Porque ele tem medo. Ele é o pior covarde, aquele que tenta mostrar-se forte.

Todos sabem se comunicar bem, e falha desse tipo não é escusa alguma. Eu me ensinei hoje que algumas pessoas nos deixam ansiosos por vê-las novamente, mas mesmo sabendo que não querem nos ver jamais. Eu posso orgulhar-me de não ser esse tipo de pessoa e, sim, pelo contrário, ser honesto com os outros e para comigo mesmo. Assim, me isento de qualquer responsabilidade por corações partidos que posso ter deixado para trás. Eu nunca utilizei meias palavras - e, por que não palavras inteiras - para alcançar objetivos momentâneos em assincronia com os interesses alheios.

Eu posso dormir e ter a consciência tranqüila. Muitos não podem.

Espero sua resposta aqui no Seletando, Aline.

Um grande beijo.

sexta-feira, novembro 07, 2003

Problemas de Memória

Oi Line.. Tudo bem aí em Oz?

Aqui em Porto Alegre ta tudo tranqüilo. Digo, na medida do possível. O tempo ta ficando meio nublado, eu ando meio sem saco para fazer qualquer coisa que exija mais que um neurônio e a minha escrivaninha ta cada dia mais cheia de papel. Muito papel acumulado esperando ser lido, corrigido, reescrito, etc. Mas no final de semana eu dou um jeito em tudo isso (eu to dizendo isso já faz dois meses). Mas o assunto desse post é outro.

Esses dias, eu estava conversando com um amigo e falávamos sobre memória. Ele dizia ter uma memória excelente para dados numéricos. Eu dizia ter uma memória melhor para acontecimentos, a ponto de lembrar da festa de aniversário de dois anos do meu primo. Detalhe: eu tinha seis meses. Muitas pessoas dizem que é coisa da minha imaginação. Eu prefiro achar que realmente lembro.

E tem mais: consigo relacionar acontecimento. Eu sei que todo mundo faz isso, mas eu acho estranho que comigo funciona muito bem e, quando eu me dou conta, já estou pensando em algo que não tem absolutamente nada a ver com o que eu estava pensando antes, e isso faz com que eu consiga me lembrar de ainda mais acontecimentos, sensações, sentimentos, frases...

Descobri, Aline, entretanto, que nem sempre isso é uma coisa boa. Eu consigo me lembrar, também, de viagens que não fiz mais, de sonhos e pesadelos que tive com alguém dormindo (ou acordado) ao meu lado, de momentos que parecem terem acontecido ontem. Momentos como ficar olhando a lua cheia deitado na beira do mar todo empanado com areia e alguém especial ao lado; ou estar sentado em uma ponte, à beira de um riacho, de mãos dadas, simplesmente esperando. Outras coisas podem ser citadas ainda: ouvir o acústico MTV do Capital Inicial comendo xis, ficar abraçado embaixo de uma árvore em um domingo de sol de janeiro, procurar em vão o boto do rio Tramandaí (que até hoje eu acho que não existe) pensando em uma música do Edwin McCain, esperar por alguém na rodoviária pensando “o que eu faço com essa passagem extra se ele não vier?”.

Eu lembro muito bem de diversas situações que, às vezes, acho que seria melhor terem sido esquecidas. Isso pode ser considerado também um problema de memória?

E como estão as coisas na terra dos cangurus? Já deu de cara com um coala?

domingo, novembro 02, 2003

"While you were sleeping
I was listening to the radio
And wondering what you're dreaming
When it came to mind
That I didn't care

And I though, hell if it's over
I had better end it quick
Or I could loose my nerve
Are you listening
Can you hear me
Have you forgotten?"