s e l e t a n d o ----> ?


domingo, junho 27, 2004

Conversar pela internet eh legal porque alem de aproximar pessoas que estao distantes e aproximar pessoas q tem os mesmos interesses sem aloprar com a conta telefonica, ela quase nunca permite que se vejam as feiçoes e o estado de espirito da outra no momento da conversa.

Isso, dependendo de quem ta do outro lado, gera uma certa expectativa a respeito das outras pessoa, e no meu caso eu sinto uma expectativa gostosa, tipo daquelas q a gente tem quando ta se arrumando para ir numa festa que estamos muito a fim de ir. Algo positivista quase sempre, admito.

Mas isso tem a sua contrapartida. Agora mesmo estava conversando com um grande amigo do tempo da facul. A conversa começa com aqueles tradicionais cumprimentos, um pergunta da vida do outro, como ta e tals. Ai, nessa hora, sem nem esperar, recebo a noticia de q ele sofreu um puta acidente de carro. Ta todo fodido e com a clavicula quebrada. Os amigos dele, que por acaso tb conheço, ainda tao no hospital, um sem um naco da orelha e o outro sem varios dentes.

O que se dizer, de forma escrita, nessa hora? Me senti completamente perdido. Nao eh possivel perceber se esse papo estava sendo legal pra ele, que ainda ta se recuperando. Nao da pra saber que ele queria contar o que aconteceu, e que eu estava louco pra saber. Insistir ou nao insistir na conversa? Mudar de repente de assunto? Falar do tempo? O que se fazer numa hora dessas?

Com certeza, se essa conversa fosse ao vivo, seria bem mais facil seguir adiante, saber as reaçoes da outra pessoa e tentar ter um pouco de feeling para com ela, principalmente em um momento dificil como este.

Juro que fiquei pensando a respeito do que falo e de que maneira falo as coisas na internet. E percebi que nao tenho muita noçao. Como se fosse um Joselito virtual...

sexta-feira, junho 25, 2004

Ha alguns dias atrás
Com cabeça cheia de idéias
Tinha pouco tempo
Para colocá-las em prática

E agora
Com a mente vazia
Sobra tempo
Para lembrar do que esqueci

quinta-feira, junho 24, 2004

Isso aqui tá parado e tomado por moscas. Alguém abre uma janela pra entrar uma luz e um ar puro.


Virando um abajur

Há algum tempo conheci um carinha numa festa. Na verdade já nos conhecíamos, mas nunca tivemos oportunidade de conversar. Dessa vez trocamos algumas palavras e, graças à influência de amigos, ficamos. Nada mal, especialmente sendo ele alto, sarado, inteligente and a hell of a good kisser!

Como eu faço pra te ver novamente? Pega meu telefone. Claro! Te ligo e combinamos então, certo? Certo. Até mais. E assim foi. Conversamos, trocamos mensagens pelo celular, nos falamos pela Internet, enfim, mantivemos contato. Havia uma correspondência, embora não houvesse muita disponibilidade de tempo, parte por minha causa, parte por causa dele. Na verdade, mais por causa dele. Mas isso acontece. Combinamos um domingo, no mesmo lugar. Ótimo!

Sexta-feira ele sai com amigos. Estranho isso, achei q ele não podia sair. Ok, Alex. Para de viajar. Vocês se viram uma vez. Deixa o cara em paz. É, é. Deixa o cara em paz. Se fosse contigo tu não gostaria disso. Obviamente é de se pensar ‘ok, ele não tá a fim de sair comigo novamente’. Cheeeeega disso, Alex! Tudo bom contigo? Vamos sair domingo ainda? Legal!

Domingo nos vemos. Sem muito assunto, só umas palavras. Sem muito contato, uns beijos rápidos. Sem muita presença, vários amigos dele em voltam meus amigos todos longe. Ele dançando. Eu me sentindo um abajur, decorando o ambiente que estava visualmente já bem poluído, por sinal. Vamos nos sentar lá com meus amigos? Certo. Minutos depois vem uma amiga e leva ele ‘emprestado, mas eu já devolvo, tá?’ Leva, né! Passam cinco minutos, passam dez minutos, passam quinze minutos. Consulta rápida aos amigos, todos casados, e eu me sentindo o último dos seletantes:

- To sendo feito de palhaço.
- Não tá nada.
- Claro que to! O cara vem, o cara vai, o cara diz que quer sair comigo e simplesmente mantém três passos de distância todo o tempo.
- É, é estranho, né?
- Sim. E ele atendeu minhas ligações, respondeu minhas mensagens, disse que queria sair comigo. Eu entenderia se ele dissesse que não tava a fim, ignorasse minhas ligações e perdesse o meu número.
- É, é estranho, né?
- Vocês já disseram isso.
- Mas é estranho!
- Vou embora daqui.

Me dirijo ao ambiente visualmente poluído, dessa vez não para fazer meu papel de abajur. Encontro o cara no caminho de volta.

- Oi, olha só. To indo embora?
- Mas já? Eu tava indo agora ali ficar com vocês.
- (sem entender mais nada) Hm... Acho que dá pra ficar mais um pouco.

Minutos passam e a atendente do lugar o pede emprestado. Solidariamente, eu empresto. Leva daqui! Passa o tempo, passa mais tempo, amigos querem ir embora. Vamos? Vamos. Desço, o encontro, ele fica por perto. Minutos depois, está a metros de mim. ‘Olha só, to indo embora’. ‘Tá, tchau’.
Dias depois, na Internet, pergunto o que está acontecendo e por que ora ele parece próximo ora tão distante. Segue uma explicação fundamentada no sentimento ainda existente pelo ex-namorado para o fato de não conseguir se envolver, finalizada por um pedido honesto de desculpas e mais algumas justificativas.

- Tudo bem, não dá nada.
- Hein?
- É. Ao menos tu falou a verdade. Já estou contente com isso. E se tu tava preocupado em me magoar, não precisa mais ficar. Consigo entender.
- Mesmo?
- Sim.

Resumindo o final: alívio por eu não estar magoado, uma conversa sobre os sentimentos pelo ex, como fazer para possivelmente os superar e um bla bla bla bem gostoso sobre relacionamentos e a falta que um faz.

Perdi um seletável, ganhei um amiguinho.

quinta-feira, junho 17, 2004

É incrível como as vezes não dá vontade pra postar nada.

Aí escrevo estas merdas...

!

No meio da crítica desenfreada
O que mais machucou
Não foram as palavras
Mas os pontos de exclamação

segunda-feira, junho 07, 2004

Soltando a lingua

Como nem todo mundo me conhece e muito menos estudou comigo num ponto da vida vou explicar q o q rolou aqui nao foi nada anormal pra mim, mas q ha muito tempo um professor nao me tirava do serio.
Bem, imaginem uma sala de aula onde todos sao estrangeiros, incluindo o professor. O prof. eh um sujeito de Bangladesh, com ingles sofrivel, gramatica inexistente e pronuncia hilaria da maioria das palavras. Pra completar, o prof eh um nanico (nada contra) q nao escova os dentes nem usa desodorante e depois de 2 meses trocou de gravata, mas o blazer continua o mesmo!
Esta eh a terceira materia q o prof. vamos chamalo de "ananias" pois eh assim q nos, os brasileiros da aula apelidamos ele. A primeira materia foi tranquila, a segunda comecou o abuso...abuso da nossa paciencia e da falta de conhecimento dele sobre o assunto, e agora estamos na terceira materia (1 por mes, eh o esquema aqui da escola). A materia atual, eh matematica financeira e contabilidade...de cara o Ananias saiu fazendo besteira...somando errado, brincando de ler conceitos do livro e explicando usando o primeiro ministro, elefantes, lesmas e galinhas (nao, nao estou brincando).
Como nao sou boa atriz, resolvi parar de prestar atencao na aula e fazer algo mais util, enquanto ele finge q da aula e o resto da turma finge q o q ele esta dizendo faz sentido ou q ainda esta correto.
Um belo dia, estava eu, no meu canto la no fundo, lendo meu livro, qdo sou interrompida...mas antes de contar o q rolou, vale dizer q ele volta e meia da discuros reclamando q ninguem presta atencao e ameacando dizendo q pode ser bem malvado se quiser (claro, q os discursos sao proferidos olhando pro chao! os alunos sao muito assustadores sera?)
Continuando...segue o dialogo do dia fatidico:
Ananias: Aline, vc esta lendo um livro?
Eu: Sim
Ananias:O livro eh relacionado a materia? ou eh um livro qualquer?
Eu: nao eh relacionado com a materia...
Ananias: Era o q eu imaginava...tenho reparado q ultimamente vc nao tem prestado atencao na aula
Eu: prefere q eu pare de ler e leia as folhas q vc entrega?
Ananias: Penso q seja uma falta de respeito para com os seus colegas q vc esteja lendo livros no decorrer da aula, alem de tudo isso atrapalha a minha aula
Eu: eu estou lendo em silencio, se alguem se sente ofendido...me fala q eu vou pra rua ler...O sr. quer q eu va pra rua ler? Eu vou, mas quero minha presenca
Ananias: A lei [da imigracao] manda q vc fique aqui dentro da sala 20h/semana, e que preste atencao na aula...[ele seguiu falando sobre a lei mais um pouco, nao lembro de tudo]
Eu: Desculpe-me, mas sao 16h/semana e nao 20...e outra coisa; pelo q me consta, as minhas obrigacoes para com a lei da imigracao sao: vir a aula 16h/semana e ficar sentada aqui na sala - o q estou fazendo E em silencio; entregar meus trabalhos no dia pra poder ter nota - o q tb estou fazendo; pagar a escola em dia - o q ja fiz e nao trabalhar mais de 20h/semana, o q tb estou fazendo direitinho...de acordo com a lei.
Mas nem a Lei, nem a Escola e muito menos o Sr. tem o poder de me fazer prestar atencao.
Presto atencao no que quero e se eu quero. Portanto...se nao estou prestando atencao na sua aula eh uma ESCOLHA minha.
Ananias: Mas...
Eu: Nao terminei ainda...se eu nao presto atencao em vc e sua aula eh problema meu e se isso interfirir nas minhas notas ou capacidade pra fazer seus trabalhos, tambem eh problema meu, e nao seu. Entao, vc da a sua aula aih q eu vou ficar aqui lendo o q eu bem quiser, ok?
Ananias: silencio [ele foi ate apagar o quadro pq nao sabia o q fazer]

A sala ficou em silencio...rolou intervalo...e depois ele deu um exercicio e frisou " faz quem quer, eh voluntario...realmente, eu nao tenho como fazer vcs prestarem atencao no que nao querem"
De la pra ca, ele parou de dar discursos idiotas recalmando q o pessoal ta atrasado, ou q ta olhando pro teto e eu passo a aula lendo meu livro quieta e ganho a minha presenca.

Ai ai ai

Eu sei q faz tempo q nao apareco, nao escrevo, nao dou noticias, nao coloco foto la no flog...
enfim, tem epocas q nao tenho saco de brincar no computador, especialmente se o computator me faz lembrar q tenho um trabalho pra fazer e entregar logo, trabalho este formulado por um professorzinho incompetente e ignorante (no melhor sentido da plavra...nao quer saber de pessoas q realmente sabem algo sobre o assunto q ele nao faz ideia e esta dando aula)
Mas, queixas a parte, quero parabenizar todo mundo que vem aqui sempre ler e comenta e principalmente o Gansinho e o Vudi, por 2 anos de seletando! (Pra quem nao sabe, apesar do Vudi so ter comecado a escrever aqui ha pouco, foi convocado ha tempos e sempre esteve presente e participante das aventuras seletando!)
Quero agradecer tb os "feliz aniversario" de vcs :) Brigada gente...e pra constar, estou quase habituada a dizer q tenho 25 anos :)
Ja q estou me rasgando pra todo mundo, deixa eu agradecer a minha irma, q fez homanagem pra mim no flog dela, e claro q eu me derramei chorando de saudades da cria!
Eh isso, agora vou ali escrever um post sobre um dos dias de aula aqui q foi um bafafa e vcs merecem o entretenimento ;)

Licoes...

Comprei um livro chamado “The bride Stripped Bare” onde a autora preferiu manter seu nome no anonimato, achei o livro intrigante e fascinante...e a cada capitulo tem uma licao no cabecalho, ao todo quase 140 licoes. Nao podia deixar de registrar algumas aqui que achei interessates :)

[p6] making a comfortable bed is a very important part of household work
[p10] it’s absolutely necessary to wash the armpits and hips every day
[p12] girls can never be too thoughtful
[p16] it’s a wife’s duty to make her husband’s home happy
[p22] garments worn next to the skin are those which require frequent washing
[p26] it is our greatest happiness to be unselfish
[p29] it cannot be rational enjoyment to go where you would not like to have your truest and best friend go with you
[p37] there are few wives who do not heartily desire a child
[p43] the duty of girls is to be neat and tidy
[p47] sound sleep is a condition essential to good health
[p49] good habits are best learnt in youth
[p52] to be delicate is considered by some ignorant people as an enviable distinction
[p57] making a noise is of itself healthy; when no one is inconvenienced or annoyed by it
[p67] lending is, as a rule, the greatest unkindness we can be guilty of, unless we can give
[p78] friends are to scarce to be got rid of on any terms if they be real friends
[p81] old medicines should not be kept, as they are seldom wanted again and soon spoil
[p88] a selfish girl’s face often looks sour
[p90] the great necessity of life is continued ceaseless change
[p104] upon girls and women depend almost entirely the domestic happiness of men
[p106] a cold bath will enable a person to sleep who otherwise cannot
[p114] there are few who wilfully injure their health, but many thoughtlessly destroy it
[p121] the law for everyone is duty first, pleasure next
[p126] God helps those who help themselves
[p129] lazy, stay-indoors persons frequently have diseases
[p131] every girl can dance and should learn to do it well
[p133] to know right is well, but to do right is better
[p136] paraffin is highly inflammable
[p142] putting damp sheets on a bed is little short of murder
[p146] cheerfulness is a great charm in a nurse
[p151] every womanly woman, who truly realises her mission, desires to be a pleasant object of vision for her fellow creatures
[p160] nothing impure should be left in a bedroom one minute longer than necessary
[p165] you ought never to keep anything whatever under a bed
[p176] never remain in wet clothes or boots
[p200] those who eat too much should remember that they are robbing those who have not enough
[p209] hints on shopping: always buy the best article of its kind
[p217] few women pass through life without being called upon to nurse a relation or friend
[p223] when a girl has a rosy, healthy face we know that her lungs do their work well
[p243] old linen is invaluable
[p262] when unwell we require to be healed
[p272] patching is one of the most difficult tasks for unskilled fingers
[p277] airing is an essential process
[p282] it’s never too late to practice the habit of self control
[p289] young wives are among the most important members of the community upon whose health and intelligence depend the welfare of the husband, children and servants
[p301] one cannot speak too strongly on the danger of giving wrong medicines
[p303] every girl should make her bed and tidy her room for her health’s sake
[p323] never buy anything you cannot pay for
[p332] our feet should be kept warm and dry
[p335] girls as a rule should refuse to lend
[p334] dust must be removed and not simply displaced
[p358] the moment any part of a living body ceases to change, that moment it dies
[p359] all have to travel, through life at any rate, if they do not go abroad

* de acordo com a autora do livro, as citacoes foram tiradas de 2 textos Vitorianos, encontrados na Biblioteca de Londres:
- The Rev. J.P. Faunthorpe, Household Science: Readings in Necessary Knowledge for Women
- Mary Scharlieb – A Woman’s Words to Women On the Care of their Health in England and India

sábado, junho 05, 2004

Head On

The Jesus and Mary Chain


As soon as I get my head round you
I come around catching sparks of you
I get a little electric charge from you
A second hand living, it just won't do

And the way I feel tonight
I could die and I wouldn't mind
And there's something going on inside

Makes you wanna feel
Makes you wanna try
Makes you wanna blow the stars from the sky

And I can't stand up I can't cool down
I can't get my head off the ground

As soon as I get my head round you
I come around catching sparks of you

And all I ever got from you
Was all I ever took from you

And the world could die in pain
And I wouldn't feel no shame
And there's nothing holding me to blame

Makes you wanna feel
Makes you wanna try
Makes you wanna blow the stars from the sky
And I'm taking myself to the dirty part of town
Where all my troubles can be found
I said yeah, yeah, yeah

I'm taking myself to the dirty part of town
Where all my troubles can be found
Makes you wanna feel
Makes you wanna blow the stars from the sky

sexta-feira, junho 04, 2004

Consultores

Ta limpo, eu sei que não chego nem perto do Dilbert em termos de piadas corporativas, e muito provavelmente ele já dissertou sobre essa categoria, mas eu to a fim de falar sobre isso e pronto!

Pra quem ainda não sabe, atualmente trabalho como consultor na área de agricultura e meio ambiente. Sempre que alguem pergunta sobre meu cargo, fico pensando: Que porra é essa de consultor? Eu nunca estudei métodos de consultoria ou qq coisa que chegue perto disso.

Consultor geralmente é aquele cara que no fundo não sabe porra nenhuma sobre um assunto (as vezes até sabe) que os empresários têm medo ou não têm saco para abordar dentro da própria empresa.

Outro dia tava lendo na Veja sobre mais um esquema de fraude, envolvendo notas fiscais frias. As notas fiscais eram, dentre outras, de empresas chamadas Takano Consultoria (A sua consultoria) e Consultoria de Serviços. Pô, na boa, consultoria do que? Mú, saca? Tipo, fazemos qualquer negócio...

Mesmo a empresa onde trabalho se chama Ecolog Consultoria Integrada S/C LTDA. Tudo bem, o nome até ajuda, mas consultoria integrada quer dizer o que? Integrada com o que? Com certeza não com o interesse dos clientes, pelo trabalho que meus chefes me mandam fazer.

Ah, outra, quem tá um pouco ligado em política e corrupção no Brasil, logo percebe que todo político que se preze, depois que não consegue se reeleger, monta uma consultoria. Tem alguns, principalmente os da área econômica, que realmente são muito bem sucedidos, e fazem um trabalho legal. Mas e aqueles que por ventura saíram de Piraporinha do Norte, no sertão do Piuaí (nome fictício)? O que esses cara, que geralmente não têm nem segundo grau tem a ensinar? Tenho certeza que ninguém em Brasília ou São Paulo tá a fim de aprender a fazer mingau de palma. Mas com certeza tem um monte de neguinho querendo aprender em desviar verba da rodovia, da alimentação da criançada ou da aposentadoria das vovós.

Acho que uma empresa de consultoria (se elas realmente querem fazer um trabalho decente, ou perto disso) deveria ter um nome assim: Tralalá Consultoria Contabil, ou Agrícola, ou Ambiental. Isso de um certo modo pode ajudar quem contrata um serviço e ao nosso estúpido governo (e governos passados tb) a no mínimo evitar que notas fiscais que tenham como slogam "A sua consultoria".

Na real, em vista disso tudo, acho que vou montar uma consultoria própria, a Wood Consultoria em Consultoria LTDA, pra ajudar a achar a consultoria correta para o negócio das pessoas. Vai ver dá pra ganhar um dinheiro evitando a pilantragem que aí rola. Mas sinceramente, acho muito difícil. A não ser que eu venda notas frias para as ONG's do PT...

quinta-feira, junho 03, 2004

Não sei se já comentei alguma vez aqui no Seletando, mas estou cursando a disciplina “Informática para Nutrição”, na qual eu aprendo tudo que pode ser útil em informática, mas não para Nutrição. Para deixar as aulas mais interessantes ainda, o professor é canadense, mas não como meu amigo canadense que fala português perfeitamente, e sim como um canadense que caiu de pára-quedas na UFRGS e não teve muito tempo para aprender o idioma local. Sem falar, é claro, que ele não entende NADA da matéria que ensina. Segue um dos vários diálogos que tivemos até agora, dessa vez durante uma aula sobre Excel.

Prof: O que você está fazendo?
Alex: A tarefa que você disse para fazermos.
Prof: Não foi assim que eu ensinei.
Alex: Mas assim é mais rápido e fácil.
Prof. Mas do meu jeito você aprende melhor.
Alex: Do seu jeito eu vou apenas fazer trabalho braçal, do meu jeito eu raciocínio, termino mais rápido e tudo é feito de uma forma mais eficiente
Prof: Eu acho que com trabalho braçal você aprende.
Alex: Eu não acho. Porque não pensar um pouco antes e, então, ter o mesmo resultado de uma forma mais prática e rápida?
Prof. Ahhhhhrrrrrrrrr

Definitivamente não ando nada tolerante...

Detesto ver o seletando parado, tanto quanto leitor como uns dos caras que postam aqui.
Como a inspiração ta junto da minha paciência, perdidas em algum lugar que não consigo encontrar, eis um texto que pode nos alegrar, com o que está faltando à muita gente neste momento: a simplicidade.

UM PÉ DE MILHO

Rubem Braga

Os americanos, através do radar, entraram em contato com a Lua, o que não deixa de ser emocionante. Mas o fato mais importante da semana aconteceu com o meu pé de milho.
Aconteceu que, no meu quintal, em um monte de terra trazida pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de capim – mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro da casa. Secaram as pequenas folhas; pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo, veio um amigo e declarou desdenhosamente que aquilo era capim. Quando estava com dois palmos, veio um outro amigo e afirmou que era cana.
Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança suas folhas além do muro e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais – mas é diferente.
Um pé de milho sozinho, em um canteiro espremido, junto do portão, numa esquina de rua – não é um número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas raízes roxas se agarram no chão e suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis. Detesto comparações surrealistas – mas na lógica de seu crescimento, tal como vi numa noite de luar, o pé de milho parecia um cavalo empinado, de crinas ao vento e em outra madrugada, parecia um galo cantando.
Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou. Há muitas flores lindas no mundo, e a flor de milho não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que me fazem bem. É alguma coisa que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. Eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da rua Júlio de Castilhos.

terça-feira, junho 01, 2004

'China gets broken
And it will never be the same
Boats on the ocean
Find their way back again
I am weaving
Like a drunkard
Like a balloon up in the air
I am needing a puncture and someone
To point me somewhere'

Shawn Colvin