s e l e t a n d o ----> ?


quarta-feira, maio 28, 2003

Quando: 10 minutos atras
Onde: na sala de casa

Cheguei em casa podre de cansado (como sempre) vi um chocolate branco cuja marca nao vou revelar pois ninguém está patrocinando o seletando. Fui comer e minha irmã disse:
- É meu!
- Tá.. só quero um pedacinho ... E alem do mais, de onde surgiu esse chocolate?
- Eu disse pra mãe que gostava de chocolate branco e ela comprou uma barra pra mim.

Naquele momento eu pensei com os meus botões (e de onde será que surgiu essa expressão? por que não pensar com os cadarços?): "Eu disse pra mãe que gostava de meninos e nem por isso ela me arranjou um namorado..."

E o dia dos namorados ta chegando.. Alguem ja sabe o que vai fazer na quinta-feira? Eu vou ficar em casa vendo vários filmes e comendo pipoca e chocolate até virar um porco de tão gordo ...

terça-feira, maio 27, 2003

[efemeridade]

"parabéns pela 'efemeridade'"...foi assim que meu tio me mandou parabéns, adiantado e via icq claro.
gostei, acho q vou começar a usar isso ao invés do classico parabéns a você...

[teoria do canto 2]
não posso dizer ao certo, porém com otimismo que o canto de fato existe...e o "meu" canto é claro que não é aqui perto, alias, de todos o cantos que já encontrei (na verdade a maioria era alarme falso) este é o mais longíquo...pense em algum lugar longe...é um pouco mais! na verdade é do outro lado do mundo (pelo é no mesmo hemisfério, e eu falo a língua deles!)

ultimamente tenho vivido 2 fusos horários, com 13h de diferença...não é algo simples mas dá-se um jeito, e ainda se utiliza essa diferença toda pra coisas positivas, como por exemplo despertador, é sempre melhor ser acordado por alguém do q por uma máquina estridente ;) e em datas especiais pode-se comemorar 2x..tipo meu aniversário!!!

e falando nisso hj já comemorei meu niver (no fuso horário do canto) com direito a vela que toca parabéns e um blueberry muffin...infelizmente nao pude comer o muffin pq afinal não tem como enviar essas coisas via webcam, mas certamente irei saboarear meu muffin logo mais em breve ;)

é isso aí meus queridos, wish me a happy birthday and keep your fingers crossed coz i'm going to cross the big blue ocean soon!!!

domingo, maio 25, 2003

He's always known, there was something more.. There's this hunger in his belly, like an instinct it tells him that there's somethimg more.. This living shouldn't be called living cause it's really only half a life... He's a bush that grows despite cement holes.. And he will survive... In conversations he looks for cracks, to dig his roots deep in... He says, 'I'm content here too grow, despite the steel frost that consumes everyone...

sábado, maio 17, 2003

Capítulo IV – Turbulência

O avião começou a tremer... a bandeja de comida que ele tinha esvaziado estava tremendo no suporte da minipoltrona. Ele acordou meio desavisado, mas se deu conta do que estava acontecendo. Ele sempre gostou de turbulência enquanto viajava, especialmente essas mais fortes, durante as quais todos outros passageiros ficam apavorados e ele se diverte rindo daquele bando de otários. Pra ele turbulência já era rotina, e quanto mais inesperada, mais provável era acontecer na sua vida.

Ora, ele já tinha passado por coisas ruins, tanto no campo profissional como no pessoal. Esse era o mais divertido, segundo ele. Ele sempre disse que sua vida amorosa era como uma montanha russa, e que não tinha barra de segurança. E mais, era uma viagem no escuro, nonstop. Às vezes aparecia alguém pra fazer companhia, mas dificilmente essa pessoa suportava aquele shake que era a rotina dele. Então pulavam do carro e ele ficava ali, sozinho, se sentindo mal por ter partido mais um coração.

O cara da poltrona ao lado se segurou no banco, com uma expressão de pânico disfarçado no rosto. Um bundão. Se ele fosse se abalar por qualquer coisa assim, não teria chegado aonde chegou. Não teria conseguido ir embora daquela cidadezinha assim, não teria conseguido o dinheiro que tinha, não teria conseguido não olhar para trás. Mas tudo isso era irrelevante, quando por dentro ele se sentia frio e desprotegido.

Durante as turbulências ele sempre lembrava dos momentos em que sentira aquele baque. “Eu não gosto mais de você, sejamos amigos, não me ligue mais”, “eu tenho outro, por isso pare de perder seu tempo aqui comigo e vá embora”, “lembra quando eu disse que o amava? Eu me enganei”. Lágrimas não surgiam há tempos, ele já tinha percebido que chorar não trazia seus amores de volta, e sim uma desidratação. Ele já não conseguia entender como, nas primeiras vezes, nos primeiros anos, ele fora capaz de soluçar por alguém e de mudar sua vida para continuar a vivê-la sozinho.

E agora ele estava ali, indo para onde ninguém o conhecia. Vendo apenas o sol no horizonte, se pondo dessa vez abaixo dele, entre algumas nuvens pequenas, cada vez menores. Essa cena já estava marcada na sua mente. Mais de uma vez ele pegou um avião para ir ou voltar ao seu novo grande amor, e sempre assistia a um novo pôr-do-sol ou a um novo amanhecer por outra perspectiva. Na segunda vez ele já sabia que o pôr-do-sol significava o final do amanhecer, e nada mais que isso. E dessa vez uma lágrima escorreu. O cara do lado viu e fez que não viu. Ele a limpou, fechou os olhos e dormiu.

A turbulência já passara.

domingo, maio 11, 2003

Capítulo III – Boas lembranças

O cara entrou pela porta do avião com uma expressão de raiva e lágrimas no rosto. A aeromoça que ofereceu jornal para ele com aquele sorriso forçado até se sentiu um pouco desconfortável. Ora, quando as pessoas viajam, em geral elas estão contentes.

Mas ele não. Agora o que seria uma forma de achar a felicidade e paz de espírito se tornou uma viagem apenas ao desconhecido, deixando a verdadeira felicidade para trás. Olhos inchados, uma poltrona na janela e uma voz dizendo o seu destino e a previsão do tempo de viagem: 14 horas. Seriam 14 horas pensando na mesma coisa, e agora não importava mais a quantidade de livros que ele tinha levado para se entreter: ele não os conseguiria ler.

Ao sentar-se, lembro das viagens que fizeram juntos. Viagens curtas, rápidas, dentro do estado onde moravam mesmo. Lembrou também dos lugares para onde não foram juntos, embora tivessem planejado. Era uma pena que tanta coisa tivesse ficado para trás e agora existisse apenas em sonhos lembranças do que poderia ter sido.

Alguém sentou na poltrona ao lado da dele, o olhou e virou o rosto novamente. Alguma refeição foi servida, o sol finalmente foi embora, ele adormeceu, mas não dormiu o bastante. Afinal, ele estava viajando de classe econômica.

(continua)

quinta-feira, maio 08, 2003

[waffles, in english please!]

Estou me aventurando no fabuloso mundo do inglês...isso aí, agora sou Teacher Aline! É bem divertido e paga...
Ontem tive a primeira aula prática de culinária em ingles...estavamos em 2 professoras e 10 alunos, numa mini cozinha, atolada de utensilios e ingredientes e poucas tomadas! mas deu tudo certo, e a receita da vez era Waffles...foi cômico, waffles perfeitos e outros completamente despedaçados, sujeira, pessoas prestativas, pessoas cantando versoes em ingles de musicas bregas brasileiras (hilário, especialmente em "broken english") e o mais legal, todos colaborando e in english! eu e a outra teacher ficamos emocionadas :)

[recado pro ganso]
rê, direto da italia: o que aconteceu com oganso, ele foi embora? onde ele tá? ele tá bem?
note que ela não leu direito a introduçao da sua novela...mas já tranquilizei a moça dizendo q estás são e salvo na capital gaúcha ;)

[a teoria do canto]

Julia, cansada de tantas seletadas frustradas e conversando com seus amigos percebeu que a crise parece ser geral...eis q surge uma ponta de esperança, numa teoria doida que alguém começou a desenvolver...a teoria do canto!

A coisa é mais ou menos assim: existem pessoas legais sim, e elas devem estar em algum canto...e também devem sair e frequentar os lugares que frequentamos [note que pessoas legais variam de acordo com o que vc considera legal...logo, nem todo mundo está na mesma situação de julia e seus amigos] só falta encontrar o tal do canto! e claro, qdo isso acontecer chamar os amigos mais próximos pra ver se eles encontram algo bom por lá também!

Voltando a história...passa o tempo e a busca pelo canto continua, meio naquelas de: será hein q existe? mas como todo ser humando Julia e seus amigos precisam acreditar em algo pra seguir em frente....

Até que num belo dia, ou melhor noite, ela recebe uma msg no seu celular dizendo simplesmente: O CANTO EXISTE!!! enviada por seu amigo...Julia apenas sorriu e esperou por mais notícias, que vieram em outra noite e foram as seguintes: o canto existe, qdo menos se espera vc tropeça nele...o canto pode não te querer, mas isso não importa, o que importa é que ele existe...e se este existe devem exisitr outros!

Eu particularmente to pensando em explorar outros cantos...mais especificamente do outro lado do planeta...claro q falta um detalhe básico: a grana, mas isso está sendo providenciado...mas outras coisas são necessárias também, tipo visto! alguem tem um sobrando aí? uma mala grande seria bom também...vi uma esses dias, vermelha, linda...alguem quer me dar? ; )

quinta-feira, maio 01, 2003

Capítulo II - Apelação

- É... é... é que... – gagueja o cara enquanto os outros nove rostos ficam olhando pra ele, estapafurdiados.
- Dava pra parar de gaguejar, meu avião ta saindo daqui a alguns minutos. – fala ele, já impaciente.
- Não quer ficar aqui comigo ao invés de ir embora? – diz ele com a voz tremendo e baixa, como se houvesse um abismo entre os dois. Na verdade havia doze pessoas, pois três argentinos se interessaram pela cena e resolveram parar para assistir, embora não entendessem nada, afinal, argentinos não entendem português, embora brasileiros consigam entender espanhol.

Depois de ouvir isso o cara fica branco e a família, que até então não dizia nada, resolve se manifestar. Como assim, fica comigo? Que história é essa de não ir viajar mais? Ele até pode ficar no Brasil, mas se for pra ficar com ele, eles preferem que o filho vá pra Antártida.
- Eu acho que você deveria ir agora, meu filho – fala a mãe do cara, sempre compreensiva e sem se alterar. Pra ela tudo não passava de uma epopéia catatônica, um surto psicótico saído de algum filme do Spielberg. O resto concorda com ela, óbvio.

- Não dá pra pedir pra segurarem o avião uns dez minutinhos não? Eu passei 5 anos querendo resolver isso, e agora tenho só cinco minutos! – fala o cara, já segurando a mala na mão.
- Por favor, me escuta. Eu não queria dizer isso na frente de todo mundo, mas eu preciso de você. Sei que não nos falamos desde o dia em que terminamos, quer dizer, o dia em que eu terminei com você, porque fui eu quem terminou, e não você. Mas hoje tudo mudou. Depois que eu fiquei sabendo que você ia embora eu decidi que largaria qualquer coisa pra ficar com você. Só você pode me fazer um pouco mais feliz na minha mediocridade. Diz que fica, por mim, tenta lembrar dos bons momentos que tivemos juntos no meio daquele mar de decepção que eu sei que deixei. Por favor... – e uma lágrima escorre, bem de canto, pelo lado direito do nariz, contornando alguns sulcos que o tempo criou em meio ao rosto. (Putz, isso ta começando a parecer Tolkien).

O cara que já está atrasado para pegar o avião junta sua mala mais uma vez, olha pra todos o encarando perplexamente, dá meia volta e entra pelo portão de embarque, sem um tchau, adeus ou até logo.

(continua)