s e l e t a n d o ----> ?


domingo, dezembro 28, 2003

Amado,

Estou em debito...debito enorme contigo...e com os leitores; mas paciencia...

Aqui no mundo de OZ esta tudo bem, sem acentos no micro, nao que isso seja um grande problema...so um detalhe ;)

Comecei a escrever o mega-post...esta la, no word, empacado. Quero terminar antes do ano terminar...ou antes de vc voltar!

Espero que teu reveillon seja fantastico, ano passado foi show...pular ondas, comer uvas e estar com os amigos, tomar banho de mar e de champagne foi inesquecivel, sem dizer que me trouxe muitas alegrias...e deixou muitas lembrancas e historias pra contar!

Beijos enormes pra ti, te amo sempre...te cuida, e aproveita muito...beijo nos meninos!

leitores, beijos pra vcs, e que 2004 venha com muito amor e sucesso pra todos ;)

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quarta-feira, dezembro 24, 2003

Aline,

Estou saindo de Porto Alegre amanhã. Vou passar uns dias no Rosa e depois vou para Torres para passar o reveillon com uns amigos. Espero que o seu fim de ano aí em Oz seja excelente, e espero tambem que o seu natal fique mais animado. Lembre-se que paciência é uma virtude de poucos...

Feliz natal para você e para todos os leitores do Seletando. Mais um ano está se passando e foi excelente ter vocês por perto.

Grandes beijos e abraços,

Alex Berg

sábado, dezembro 20, 2003

Será que alguem tinha esquecido a novela lixão que eu tava escrevendo? Eu não ... :þ

Capítulo VII – Começando

Depois de um bom dia e uma boa noite de descanso, seus amigos lhe telefonaram para avisar que passariam no seu apartamento para o levar a tomar um café com torradas. O apartamento não era dele, era de outro amigo, alguém que ele tinha conhecido em uma dessas viagens que se faz meio sem rumo. Ele perguntou as horas, o outro respondeu, começaram a conversar e estavam indo para o mesmo bar. Não houve qualquer atração física e, assim, o nascimento de uma grande amizade foi inevitável.

Durante o café com torradas – que, a essa altura, já havia se transformado em café com torradas, bolachas, chocolates, queijos e geléias – conversaram basicamente sobre a viagem e ele teve a oportunidade de contar sobre a despedida no aeroporto. Disse que não esperava que o outro aparecesse sem avisar daquela forma. Também não entendia por que, depois de tantos anos, aquele foi se dar conta do que sentia por ele. E o que era mais incompreensível: por que quem ele realmente queria que fosse dar tchau não fora?

Seus amigos, sempre o apoiando, embora não o conhecessem bem o bastante, diziam que agora uma nova vida começava. Para ele isso não era novidade. Assim como não era novidade, também, que a vida antiga não se apagava. Continuavam todos lá, mesmo que ele não mais estivesse presente. Todos continuariam suas vidas. Talvez algumas pessoas tivessem problemas com a sua ausência, mas para todos esses contratempos existem técnicos que cobram sessenta reais a hora e garantem a satisfação do cliente por até 30 dias. O ruim é o sotaque paraguaio que muitos têm.

Eram já onze horas e ele se deu conta que o tempo passa rápido da mesma forma independentemente do fuso horário em que as pessoas estão. Era Domingo e ele precisava ainda procurar emprego, digo, telefonar para os contatos que já tinha feito e para aqueles que seus amigos haviam indicado. Não poderia ficar morando de favor na casa do seu amigo italiano com sangue francês e remota ascendência portuguesa. Um mês era o limite que ele havia se dado, pois o amigo italofrancoluso disse que ele poderia ir ficando enquanto fosse necessário. Essa gente mestiça é sempre tão acolhedora.

Duas da tarde e o almoço já tinha passado e sido comido por todos em um restaurante grego, o mais divertido da cidade. Fantásticas as dançarinas gregas e, mais fantásticos ainda, os garçons, todos falando seu idioma natal e nativo. Ele não entendia patavinas de grego, mas soube apontar muito bem o que queria no cardápio. Passaram por um cybercafé no centro da cidade e ele verificou seus e-mails: “você tem cinco mensagens novas”. As três primeiras eram de seus melhores amigos que já tinham percebido que ele fora embora sem se despedir. Não respondeu. A outra mensagem era do cara que tinha ido ao aeroporto chorar na sua frente pedindo que ficasse. Não respondeu também. A quinta mensagem era uma daquelas correntes que dizia que ele seria devorado por bodes selvagens se não enviasse para no mínimo vinte pessoas. Felizmente, onde ele estava não havia bodes.

Ele foi, então, levado para conhecer o centro da cidade. Achou tudo muito lindo e bem estruturado. Havia elementos clássicos e contemporâneos misturados, dando um ar de “máquina do tempo” à cidade. Conheceu também algumas partes das zonas suburbanas, menos movimentada e bem mais agradável. Decidiu que era em um lugar assim que moraria, em uma casa pequena e cercada, circundada de árvores.

Oito horas, noite adentrando o dia. “Vamos sair essa noite?”.

quinta-feira, dezembro 18, 2003

Reformando

Li ontem o livro Dez (quase) Amores de Claudia Tajes, gaúcha e portoalegrense. Tinha pensado em comprá-lo, mas, devido ao fato de não ter muito dinheiro disponível, somado ainda aos livros nesse país não serem mais artigos populares, resolvi pegar na biblioteca do Colégio de Aplicação da UFRGS.

Na biblioteca, junto a esse livro e outro da própria autora, que eu estou lendo agora, encontrei diversos Machado de Assis, alguns Aluízio Azevedo, uma penca de Érico Veríssimo. Aproveitei para pegar também Helena, do Machado, pois o carinha com quem eu estava saindo antes (aquele do ex-namorado psicopata) disse que era seu favorito. Quando fui retirar, pedi para estenderem meu prazo até sete de janeiro, dia no qual já terei retornado do recesso de natal e ano novo. O bibliotecário diz “sem problemas” e carimba o livro. Então eu tenho uma surpresa: eu fui o PRIMEIRO a retirar aqueles livros, sendo que os dois da Claudia Tajes eram ÚNICOS. Havia mais alguns Helena, mas todos com capa rasgada e destruída. Com certeza, se alguém tivesse interesse em retirá-lo, teria levado o novinho. Fui ver a data de aquisição pela biblioteca: janeiro de 2003. Ou seja: os três livros estavam na estante e, provavelmente, ninguém sequer tocou neles.

Caminhando pelo Campus do Vale, exibindo meus óculos de sol novos, fico pensando nisso. Três livros, sendo um deles um clássico da literatura, sem terem sido retirado nenhuma vez em um ano inteiro, por mais atraentes que pudessem ser as suas capas. Como pode uma coisa dessas? Lembrei-me então de quando eu estava no colégio, primeiro e segundo graus. Quando eu estava na quinta série, lia alguma coisa. Adorava Os Karas do Pedro Bandeira. Lia também as leituras obrigatórias para as aulas de Língua Portuguesa, pois mais indigestas que eu as achasse. Na sexta série, eu lia apenas as leituras obrigatórias e assim foi até o segundo grau. Lá eu deixei de ler qualquer coisa, inclusive as leituras obrigatórias para qualquer aula. Li Brida do Paulo Coelho, pois estava passando por uma fase meio esotérica. E mais nada. Vestibular? Fiz dois. Passei nos dois. Se eu li O Continente? Tenho uma vaga noção da estória do livro. Comecei a ler por prazer depois de entrar na faculdade, pela segunda vez, durante a primeira greve de professores e funcionários que eu fui forçado a presenciar; pelo jornal, é claro. Comecei a ler, por quê? Porque não tinha absolutamente mais nada para fazer e estava trabalhando de office-boy para minha mãe: andava muito de ônibus e walkman me deixava com dor de cabeça. Descobrir Harry Potter também ajudou bastante.

O que eu quero dizer com isso? As bibliotecas dos colégios estão CHEIAS de livros. Livros bons, livros ruins, livros excelentes e livros péssimos. Livros que podem interessar os alunos e livros que podem fazer eles não quererem mais ler nem mesmo a sinopse de um filme no jornal. E em geral é isso que eles fazem. Um jovem que está cursando o Ensino Fundamental ou o Ensino Médio não tem vontade de ler um romance do Machado de Assis ou um poema do Fernando Pessoa (vamos dar alguma credibilidade para os lusos também). Eles também não querem ler Martha Medeiros, Paulo Coelho, Moacir Sclyar, Luis Fernando Veríssimo ou outros contemporâneos, embora esses alguns até leiam. Eles querem é sair de noite na quinta, na sexta e no sábado, com direito a uma volta no parque no final do Domingo, quando eles finalmente acordaram. Querem passar as madrugadas na Internet conversando com os colegas que viram o dia inteiro e vão ver no outro dia também. Eles não querem saber se a Capitu traiu ou não traiu o Bentinho. E eu acho que ela não o traiu porra nenhuma e quem me disser que traiu, que prove!

Mas, voltando para a outra briga, as bibliotecas dos colégios estão cheias. Cheias de coisas mais interessantes, até, que as bibliotecas da UFRGS. Na UFRGS tem bastante gente (?) que quer ler. Nos colégios há, provavelmente, menos gente que quer ler. O que os livros fazem nas bibliotecas dos colégios então?

Você pode não saber onde eu estou querendo chegar. Na verdade, eu também não sei direito. Mas vamos pensar da seguinte forma: tem um monte de gente, as quais você vê e com as quais até convive, querendo ficar com você, mas você não quer nenhuma dessas pessoas. Você quer aquelas outras que você não conhece, que você ainda não viu e que nem sabe se existem. Essas pessoas estão em outros países, outras religiões ou casadas.

Minha proposta? Uma reforma! Tipo a reforma da previdência ou a reforma agrária, mas para livros e pessoas. Vamos tirar de quem tem demais e não usa para quem tem pouco e quer usar. E usar direito!

Ah! E quanto a Claudia Tajes: é uma excelente escritora. Tem um senso de humor sarcástico maravilhoso. Eu recomendo. Mas não espere ser impressionado pelo livro. É uma leitura boa para relaxar.

sexta-feira, dezembro 12, 2003

Aline, ainda estou esperando o teu post gigantesco explicando a tua desaparição. Termina logo de escrever (ela já está escrevendo isso há 1 semana) e posta!

Acho que os que lêem isso com freqüência já perceberam que eu estou passando por um momento de mudanças. Com esse clima de fim de ano, resvolvi por no papel as coisas importantes que aprendi em 2003. A chuva de quinta-feira ajudou bastante.

Então, lá vai....

Coisas importante que aprendi em 2003

- Arrumar o meu quarto não vai trazer organização para a minha vida, mas cria um ambiente bem mais agradável para estar quando não estou contente.
- O fato de alguém fazer ou ter feito mestrado ou doutorado não significa que essa pessoa é mais ou menos inteligente que as outras.
- O que determina o quanto alguém é inteligente é a disponibilidade dessa pessoa para aprender, e não aquilo que ela já sabe.
- Não devo usar as palavras que se ouvi de alguém como prerrogativa para sentir aquilo que quero.
- Uma nova paixão não cura uma antiga, apenas compartilha a atenção.
- As pessoas não são obrigadas a terem os mesmo interesses, assim como não são obrigas a terem os mesmos princípios que eu tenho.
- Algumas pessoas não têm amigos e também não fazem questão de tê-los.
- Às vezes, algumas pessoas podem se machucar comigo e isso não é necessariamente culpa minha.
- Tudo aquilo que se espera acontece, mas pode levar muito tempo.
- Há tempo para fazer tudo, mas nem sempre ao mesmo tempo.
- Existem pessoas que acham que, para serem boas, basta simplesmente não fazer o mal.
- Só porque duas pessoas não estão juntas não significa que elas não possuam uma ligação.
- Os laços entre as pessoas são independentes do tempo que se passou desde que elas se conheceram e do tempo que elas conviveram.
- Sentimentos não podem ser medidos cronologicamente..
- Às vezes, pessoas desconhecidas podem ajudar mais que amigos de infância.
- Anjos existem.
- Para fazer as pessoas mudarem sua atitude em relação a mim, eu tenho que mudar perante elas.
- As pessoas mudam.
- As pessoas não mostram como elas originalmente são.
- Posso ficar muito tempo sem falar com um amigo e, ao encontrá-lo, perceber que nada mudou na nossa amizade.
- Milhas não podem separar amigos.
- Tudo que eu peço eu posso ter, mas nem sempre é como eu esperava que fosse.
- Muitas vezes as pessoas não estão chateadas comigo, apenas querem ficar quietas ausentes do mundo por uns instantes.
- Devo acreditar naquilo que eu sinto, e não naquilo que escuto.
- Sexo não é grande coisa e é extremamente fácil de ser conseguido, mesmo de qualidade.
- Um beijo sem sentimento nada mais é que um monte de saliva e bactérias.
- O simples fato de eu não precisar da minha família não quer dizer que eu não posso contar com eles.
- É melhor ter muitos sonhos e não realizar alguns que não sonhar.
- Nada é por acaso.
- Algumas coisas não têm explicação.
- Não devo ser grosso ao telefone sem ter certeza de quem está ligando.
- Eu não preciso ter certeza do que vou fazer em alguns meses ou anos, só preciso me certificar de que tenho o que fazer no dia seguinte.
- Falar dos outros pelas costas nem sempre é uma coisa ruim.
- Não posso me sentir culpado por algum empreendimento meu não ter êxito quando isso não depende apenas de mim e quando eu fiz o que estava ao meu alcance.
- Nem sempre um lugar onde muita gente quer trabalhar é um lugar bom para se trabalhar.
- Não devo aceitar um emprego apenas porque vai me trazer dinheiro.
- Só devo fazer críticas quando tiver soluções.
- Para ser reconhecido por alguma coisa feita, é preciso primeiro fazê-la.
- Bermuda e jaleco não combinam.
- Muitas vezes é bom esquecer a hierarquia e dizer as verdades que se tem vontade.
- Tenho todo o direito de não gostar de algumas pessoas, e posso mesmo desejar mal a elas.
- Meus problemas são ridículos perto de muitos outros, mas mesmo a fome na África não é nada quando comparada a minha unha encravada.
- Nenhuma resposta também é uma resposta.
- Meu cabelo fica muito melhor quando está cortado bem curto, por mais que eu insista em querer deixá-lo crescer.
- As pessoas mais independentes, às vezes, são as que mais precisam de ajuda.
- Não importa qual a profissão que eu termine seguindo, tenho que incentivas as pessoas a sonharem.

...

Se eu lembrar de mais alguma coisa importante, escreverei...



terça-feira, dezembro 09, 2003

Há alguns dias estava conversando com um amigo e explicando a ele minhas novas concepções sobre relacionamentos. Depois de explicar minha nova proposta, ele perguntou se eu já havia começado os trabalhos.

Alex: Trabalhos? Que trabalhos?
Amigo: Você sabe... Namorico, flerte, empatia, atração, romance, paixão, loucura, insanidade, insandecência...
Alex: É nessa ordem que as coisas acontecem? Porque, então, eu acho q sempre pulei algumas etapas... E em alguns casos sempre fiquei parado em alguma delas...

"Ti vorrei far vedere tutti i miei foglietti e le lettere che ti vorrei spedire ma non ho il coraggio e non so perché. Perché non è facile forse nemmeno utile certe cose chiare dentro poi non escono, restano, restano."

segunda-feira, dezembro 08, 2003

Traças

Aline...

Esses dias fui na casa de um leitor do Seletando e ele me perguntou se você estava bem e por que você não estava mais escrevendo. Eu disse que estava tudo bem, e que, em breve, você voltaria a escrever. Acho que o resto também está esperando alguma satisfação.

Então, hoje, novamente, eu estava pensando. Grande novidade, visto que isso é o que eu mais faço ultimamente. Na verdade estou mais tranqüilo e deixando as aulas um pouco de lado. Sim, sim, estou me tornando extremamente relaxado em relação à minha vida acadêmica. Dá pra se dizer que a parte divertida da faculdade passou e que agora eu tenho que fazer algumas cadeiras e alguns estágios pelos quais eu não me interesso para ganhar o meu canudo no final de 2004. Tudo bem, nada que seja difícil, apenas irritante.

A pouco me veio algo à cabeça. Encontrei umas roupas minhas que tinham sido comidas por traças. São algumas roupas velhas que eu não usava mais, e estava jogadas em um armário há muito tempo. Então eu percebi que isso acontece com a alma de algumas pessoas. Elas não usam suas almas e acabam ficando com buracos nelas. Não são necessariamente traças que fazem isso, mas é um estrago que muitos deveriam evitar.

Beijos,

Gansinhu

“Io non ti prometo qualcosa che non ho... Quello che non sono, non posso esserlo... Se tu ci sarai, io ci sarò”

segunda-feira, dezembro 01, 2003

Caríssima Aline,

Estou percebendo algumas modificações entrando em cena. Estive pensando o que eu faria após terminar a faculdade e podia ver alguns caminhos na minha frente. Infelizmente, é difícil ver longe o bastante para fazer a escolha mais correta. Isso se aplica, não apenas à vida academia ou profissional, ou mesmo à afetiva – que por sinal anda mais que parada –, mas ao pacote inteiro.

Posso dizer claramente que, precisamente hoje, eu não tenho certeza de nada que vai acontecer amanhã, e que o número de opções que eu tenho estão aumentando. Se antes já eram diversas, agora podem ser multiplicadas por muitas. Isso é bom? Sim. Isso é ruim? Também. Como você sabe muito bem, aceitar coisas na nossa vida é também negar outras. E o que fazer quando queremos tudo? E quando específicas pessoas teriam a capacidade de intrometerem-se e, então, mudar tudo? Beh.

Deseje-me sorte.

“Por ti eu faço coisas loucas; eu ponho o mundo aos teus pés e apanho para você as estrelas do céu, para, apenas uma vez, te beijar”.
(Nena)