Ha mais ou menos um mês, minha avó me mostrou uma fita K-7 (sim, isso ainda existe) com diversas histórias contadas por poetas, escritores, em alemão. Não entendi muito, mas ela me explicava bem. Uma delas eu gostaria de escrever aqui, contada por um escritor Dinamarquês (eu acho que era essa a nacionalidade dele, o sotaque, pelo menos, era bem forte). Já que nunca falei sobre Deus, religião, ou algo do tipo, seja aqui no Seletando ou com meus amigos no dia a dia. Não gosto muito de me intrometer dessa forma na vida das pessoas. Não tem muito a ver com seletar, ou talvez tenha, afinal, seletamos também um rumo pela vida. Aí vai a história, ou ao menos a versão que eu lembro.
Certo dia, Deus, depois de um longe tempo longe do mundo, resolveu voltar e ver como andavam as coisas por aqui. Ele chegou então a uma casa muito escura e silenciosa. Ao entrar, sentiu imediatamente o cheiro de mofo. Nessa casa havia estátuas diversas, grande, pequenas, eram muitas e os vidros eram todos coloridos. Ele não estava entendendo muito bem a função daquele lugar. Não entendia especialmente porque tinha um homem pregado em uma cruz pendurada na parede. Era um lugar triste, sem luz alguma, exceto aquela que passava pelas imagens de vidro nas poucas janelas.
Ao caminhar pelo corredor principal, percebeu um senhor já idoso de joelhos e em silêncio. Deus ficou tentando imaginar a razão para tal fato, mas não conseguia entender muito bem. Também não entendia para que tantos bancos se a casa estava vazia, à excessão daquele homem. Entrou, então, em uma sala, onde encontrou um livro empoeirado e comido por traças. Esse livro era escrito com letras muito pequenas, e ele não se deu ao trabalho de lê-lo; folheou rapidamente apenas. Nas paredes, havia fotos de homens se maltratando e mulheres chorando. Continuava sem entender qualquer coisa.
Repentinamente, entrou na mesma sala um homem vestindo uma roupa engraçada; parecia uma saia enorme, mas vinha desde o pescoço dele. Deus precisou conter uma risada, quase sem conseguir fazê-lo. O homem perguntou a ele o que fazia na sala, quem havia lhe dado permissão para entrar. Deus desculpou-se, disse que as portas estavam abertas e, movido pela curiosidade, resolveu passar por elas. O homem disse que ele era bem-vindo. Deus perguntou que lugar era aquele, e o homem disse que era uma igreja, que as pessoas vinham a esse lugar para encontrar Deus e que ele era o padre, sua representação na Terra. Deus riu. O homem demonstrou que não havia achado nem um pouco engraçado e Deus, após se recompor, pediu desculpas, e perguntou por que as pessoas não estavam mais procurando por Deus. O homem disse que tinha uma teoria: as pessoas achavam que eram Deus, e que, sendo elas Deus, não precisavam mais procurar por ele. Aqueles que ainda vinham à igreja, como o homem ajoelhado, o faziam por estarem tão certos de serem Deus que acreditavam que aquele era o seu lugar.
Deus, após alguns minutos ouvindo aquele homem que falava tão cheio de si sobre todas as verdades do mundo, pediu licença e retirou-se. Saiu da casa e viu aquele homem que estava lá dentro sentado em um banco na praça que havia ali em frente, embaixo de uma árvore. Deus sentou-se ao seu lado, olhou, virou a cara, olhou denovo, cruzou as pernas, e disse: "Colega..."
Certo dia, Deus, depois de um longe tempo longe do mundo, resolveu voltar e ver como andavam as coisas por aqui. Ele chegou então a uma casa muito escura e silenciosa. Ao entrar, sentiu imediatamente o cheiro de mofo. Nessa casa havia estátuas diversas, grande, pequenas, eram muitas e os vidros eram todos coloridos. Ele não estava entendendo muito bem a função daquele lugar. Não entendia especialmente porque tinha um homem pregado em uma cruz pendurada na parede. Era um lugar triste, sem luz alguma, exceto aquela que passava pelas imagens de vidro nas poucas janelas.
Ao caminhar pelo corredor principal, percebeu um senhor já idoso de joelhos e em silêncio. Deus ficou tentando imaginar a razão para tal fato, mas não conseguia entender muito bem. Também não entendia para que tantos bancos se a casa estava vazia, à excessão daquele homem. Entrou, então, em uma sala, onde encontrou um livro empoeirado e comido por traças. Esse livro era escrito com letras muito pequenas, e ele não se deu ao trabalho de lê-lo; folheou rapidamente apenas. Nas paredes, havia fotos de homens se maltratando e mulheres chorando. Continuava sem entender qualquer coisa.
Repentinamente, entrou na mesma sala um homem vestindo uma roupa engraçada; parecia uma saia enorme, mas vinha desde o pescoço dele. Deus precisou conter uma risada, quase sem conseguir fazê-lo. O homem perguntou a ele o que fazia na sala, quem havia lhe dado permissão para entrar. Deus desculpou-se, disse que as portas estavam abertas e, movido pela curiosidade, resolveu passar por elas. O homem disse que ele era bem-vindo. Deus perguntou que lugar era aquele, e o homem disse que era uma igreja, que as pessoas vinham a esse lugar para encontrar Deus e que ele era o padre, sua representação na Terra. Deus riu. O homem demonstrou que não havia achado nem um pouco engraçado e Deus, após se recompor, pediu desculpas, e perguntou por que as pessoas não estavam mais procurando por Deus. O homem disse que tinha uma teoria: as pessoas achavam que eram Deus, e que, sendo elas Deus, não precisavam mais procurar por ele. Aqueles que ainda vinham à igreja, como o homem ajoelhado, o faziam por estarem tão certos de serem Deus que acreditavam que aquele era o seu lugar.
Deus, após alguns minutos ouvindo aquele homem que falava tão cheio de si sobre todas as verdades do mundo, pediu licença e retirou-se. Saiu da casa e viu aquele homem que estava lá dentro sentado em um banco na praça que havia ali em frente, embaixo de uma árvore. Deus sentou-se ao seu lado, olhou, virou a cara, olhou denovo, cruzou as pernas, e disse: "Colega..."
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