s e l e t a n d o ----> ?


segunda-feira, março 08, 2004

Hoje foi oficialmente meu último dia de praia em Florianópolis. O céu está todo nublado agora, provavelmente vai chover canivetes e eu duvido muito que o tempo melhore até amanhã. Pelo menos assim refresca um pouco, já que tá muito abafado por aqui.

Sábado, fui conhecer Ribeirão da Ilha. É uma comunidadezinha que fica no sudoeste de Florianópolis, onde tem uma igrejinha, uma praça... e só. Resolvi ir a pé até a próxima localidade, Caieira da Barra do Sul, e no caminho perguntei para um vivente que passava: "falta muito até a Caieira?". Ele disse: "mais uns 6 Km". Pensei "tudo bem, 6 Km dá tranqüilo". Uma hora depois, perguntei novamente para alguém que passava por mim. O cara respondeu: "falta mais uns 8 ou 10 Km". Ok! Ou eu estou indo na direção errada, ou essa gente daqui tem um grave problema com distâncias. Desisti de ir a pé até lá e resolvi ir a uma praia civilizada, onde eu pudesse comer açaí na tijela. E lá fui eu pra Praia Mole.

Voltando da Praia Mole, resolvi passar no cinema para ver Alguém Tem Que Ceder, que foi escrito com S no cartão de ingresso do cinema: SEDER. Deuses. Ou é dialeto da ilha ou essa gente não sabe Português. De qualquer forma, entrei na sala de cinema, que fedia a mofo por sinal. Sentei na minha poltroninha e lá pelo meio do filme minhas pernas começam a coçar... PULGAS! Eu estava sendo devorado por pulgas no meio do cinema!! Volto pra casa, tomo aquele banho, e finalmente agora parou de coçar.

Ontem fui à Praia do Forte, onde conheci, obviamente, o forte. Bem legal, embora nunca tenha entrado em atividade. Existem tres fortes naquela região, que impediam o acesso ao continente pelos navios espanhois. Detalhe: nenhum dos canhões tinha disparos forte o bastante para alcançar os navios, ou seja, os fortes eram inúteis. Logo se vê a origem do povo. Talvez por isso escrevam "ceder" com S, tenham ruas minúsculas por onde mal passa um carro só e o transporte público seja cara e um desastre. Adoro essa cidade, mas por favor... acho que a população não se dá conta de que está crescendo.

Hoje saí de casa com a forte convicção de que não faria qualquer trilha para qualquer praia fora do alcance de uma estrada e um ônibus. Fui até a Caieira da Barra do Sul. Descubro que sequer existe praia lá, só umas saidinhas para o mar que lembram vagamente a orla do Guaíba. O mar, alí, tem menos ondas que o lago de Porto Alegre, inclusive. Lembro que existe a trilha que vai pra Praia de Naufragados, que todo mundo fala ser uma praia exuberante. Contra minha prévia convicção, faço a trilha e vou até a praia. Antes disso pergunto para o dono de um bar que fica no início da trilha se ele acha que da tempo de ir e voltar antes que chova. Ele responde: "mas claaaaaaaaro". Eu acredito. Eu sou um idiota. A trilha é fácil, mas a praia não é tão exuberante como diziam. Talvez fosse o tempo nublado que a deixasse um pouco sem-sal. Aliás, é meio estranho dizer que uma praia é sem-sal, levando em consideração o gosto da água. De qualquer forma, acabei voltando de barquinho, junto com uns nativos com os quais eu acabei me enturmando. Eles estavam passando uma temporada ali em Naufragados e agora voltavam para sua residência de origem com todas as malas. Até ajudei a carregar o barquinho. A visão dos morros ali é linda. Da pra ver os morros da ilha e os morros do continente, ao fundo, e as ilhas menores que ficam em volta da ilha de Santa Catarina, ao sul.

E amanhã eu volto para Porto Alegre. E tenho mais uns dias de tranqüilidade até começarem as aulas. Planos pro próximo semestre tenho vários. Planos no que diz respeito à vida afetiva, nem tantos.

Claro que eu vou continar seletando, mas vou seletar coisas mais abrangentes: oportunidades academicas e profissionais, talvez um emprego, novos amigos (sem me desfazer dos antigos), bons livros e bons filmes (sem pulga!), boas músicas...

Agora 2004 finalmente começa para mim...