s e l e t a n d o ----> ?


quarta-feira, março 31, 2004

linhas de expressao...

antes de eu comecar, preciso contar a miha ultima descoberta...tem dois teclados ligados neste micro...e algumas vezes o outro teclado da o ar de sua graca...como agora ha pouco, qdo eu escrevia o titulo...e comecou aparecer um monte de espaco entre as letras...qdo olhei pro lado, tinha um pesinho de papel na barra de espacos, tirei o dito..e o cursor parou de se mover :)

mas agora voltando ao q eu queria falar quando iniciei o post: idade avancando....

lembro que aos 14 anos minha mae me matriculou num curso de modelo/manequin (pois eh...sou formada e tudo, masnunca fui buscar o tal diploma) e a professora numa aula de maquiagem falou que antes dos 24/25 anos a pele da gente eh jovem, depois disto eh classificada como 'cansada' e vc tem q comprar cremes especificos pra pele cansada.
Tudo bem, isso foi ha 10 anos...agora tem creme pra pele aos 20, 30, 40, 50 e em diante...mas o fato eh, nao me conformo q estou na categoria 'pele cansada' ja! quando eu for comprar um creme agora tenho q procurar algo q seja pra antes dos 30...

Mas talvez eu esteja mesmo ficando velha e mudando.

Ate 5 meses atras eu morava com a minha mae e minha irma...e eu sempre fui muito grudada na minha mae...e ela sempre mimou a gente bastante...mas pra ela (e pra mim) estava na hora de eu sair da barra da saia dela e experimentar a vida mais...criar mais responsabilidade e tal...entao eu vim pra Australia, morar na casa de um amigo q tinha conhecido na net e agora estamos namorando. Ele morava sozinho, e nao eh a pessoa mais organizada do mundo...e como quase todo homem, nao eh muito chegado numa faxina...eu, bem criada pela mamae, nao consigo morar no meio do caos e toalhas no chao e muito po; ou seja, virei 'Amelia'. Arrumo a casa, coloco roupa pra lavar e minha mae ate ficaria orgulhosa em saber q arrumo a cama...e faco tudo com maior carinho e fico feliz quando esta tudo arrumadinho e cheiroso.

Ainda nao sei direito o que quero ser quando 'crescer', ainda nao achei uma profissao que me encante e fascine e que me faca brilhar os olhos - como meu (nosso) amigo Parceiro e a Medicina...um casal perfeito. Por isto vou devagar, primeiro quero aquele novo produto pra colocar dentro do vaso sanitario que fica escondido..q eu vi numa propaganda :)

segunda-feira, março 29, 2004

Passei esse fim de semana inteiro meio resfriado. Agora estou um pouco melhor, felizmente. O pior é que, sempre que estou me sentindo mal fisicamente, isso acaba fazendo com que eu me sinta triste e desmotivado. E o que eu faço? Fico pensando bobagens...

Ontem, quando estava indo dormir, resolvi dar uma olhadinha rápida em algumas coisas que tenho guardadas numa gaveta ao lado da minha cama. Lembro que aprendi no colégio a não usar a palavra “coisas” quando estivesse escrevendo um texto. Infelizmente não tenho palavra melhor para definir tudo o que lá está guardado.

Comecei lendo redações do meu terceiro ano. Quando eu estava no segundo grau (ou ensino médio, já que o nome mudou enquanto eu estava cursando, e só me avisaram depois que eu já tinha terminado; estava escrito “concluiu o ensino médio” no meu diploma) não tinha o hábito de escrever. Escrevia um diário só, em um caderno que está até hoje na gaveta. Naquela época eu também não lia. Como as coisas mudam. E lá vou eu escrever a palavra “coisas” de novo. De qualquer forma, comecei a ler as redações e, de fato, as notas não eram das melhores. Sempre ficava acima da média, mas eu poderia ter escrito bem melhor. Depois que vi as notas da corretora, fiquei feliz. Tinha diversas correções erradas e mal feitas. Na época eu nem me dava ao trabalho de ler as correções. Será que fica chato ir ao colégio reclamar da correção? “Olha aqui, sua analfabeta: adjunto adverbial não é separado obrigatoriamente por vírgula quando está no final da frase, entendeu? Se você não é capaz de corrigir uma redação de um guri de 17 anos, então, por favor, volta pra faculdade de letras e já te matricula nesse cursinho onde você finge que dá aula!”.

Certo, sem raivas descabidas a essa altura do campeonato. Já perdoei a professora de português estúpida que não sabe português. Depois de ler as redações, comecei a ir fundo nas recordações. E digo isso no sentido literal da palavra, pois a gaveta tem uma profundidade de quinze centímetros de cartas, bilhetes, guardanapos, convites para festas, capas de caderno e folhas de agendas com recados. Encontrei inclusive as cartas que a Line me mandou de Florianópolis e o cartão mandado da Austrália. Achei ali no meio também cartas de amor – você pensava que isso não existia mais? – que recebi de algumas pessoas. Amores correspondidos e não correspondidos, por mim ou por eles. Tem uma música, não lembro qual agora, que fala em “love letter that were never send”. Yes, there are some in there, just waiting for the right time to get to the post office.

E achei fotos. Eu tenho outra gaveta para fotos, logo abaixo, onde guardo álbuns e negativos. Mas nessa eu jogo as fotos especiais: fotos minhas, fotos de ex-namorados, fotos três por quatro, em geral fotos ganhadas. Lembro precisamente de todos aqueles momentos.

E vendo todas essas fotos eu me dei conta que mudei muito. Em todas fotos, por mais triste que eu estivesse naquela situação – tem uma, na qual estou beijando uma amiga nos lábios, no banco de trás de um caro, que me fez lembrar precisamente da dor que eu sentia por ter recém terminado um namoro – eu tinha um rosto esperançoso e até mesmo alegre. É um sorriso sacana e jovial, como quem diz “foda-se o mundo inteiro, eu só quero voltar pra casa às 6 da manhã, depois de rir muito aqui, embora eu esteja com febre e faça dois dias que não durmo, pois tive de estudar física para a prova que tenho na segunda-feira”. Fui me olhar no espelho: não foi isso que eu vi. Vi uma cicatriz do lado direito, que lembra uma viagem que a mim nada acrescentou. Vi olhos cansados, que não querem mais abrir tão rápido de manhã cedo, e um nariz levemente virado para a direita, no qual eu nunca tinha reparado antes. Vi linhas de expressão ao lado dos lábios, que antes não estavam tão marcadas.

Voltei à gaveta, guardei tudo e fui dormir. Hoje já estou melhor do resfriado.

sexta-feira, março 26, 2004

"C'est une histoire d'enfant
Une histoire ordinaire
On est tout simplement, simplement
Un samedi soir sur la terre"

(Francis Cabrel)

Alex Berg Jone e a elaboração do mapa temático
Parte I


Em primeiro lugar, quero deixar claro que eu não deveria estar escrevendo nesse momento. Eu deveria estar lendo sobre o efeito dos aminoácidos de cadeia ramificada no anabolismo e sua relação com a ingestão pré e pós-treino.

É claro que eu vou escrever sobre minha aventura na Secretaria Municipal de Saúde (doravante nomeada SMS). Esse é o primeiro episódio da série “Alex Berg Jones – Em busca do mapa temático”.

Explicando: uma das minhas propostas de estágio é a elaboração de um mapa temático da área de abrangência da unidade de saúde na qual estou. Ninguém precisa me lembrar que eu sou estudante de Nutrição, disso eu tenho plena consciência. A idéia é conseguir um mapa oficial da região e colocar ali os becos que ainda não foram documentados pelas autoridades que já deveriam tê-lo feito. Para tanto fui na SMS, pois tenho um contato lá dentro que me disse, “olha Alex, tem um cara lá que tem acesso a todos os mapas da cidade”.

Conheci o cara. Sujeitinho simpático, ameno. Expliquei-lhe o que eu queria, com as palavras mais simples e o discurso mais direto que eu tinha. Nisso ele inicia um diálogo alucinógeno.

- Mas, tu sabe que temos umas fotos de satélite aqui que poderiam ser mais úteis, porque aí, pelo menos, vocês teriam uma visão exata do ambiente que compõe a área de atendimento da unidade na qual você está.
- Sim, mas sairia muito caro, e imagino que não haveria recursos financeiros para tanto.
- Não sai tão caro! Uns R$ 150,00
- Eu acho que está fora do orçamento deles.
- Mas vem aqui ver as fotos.

Acompanhei-o ás fotos, e ele continua falando:

- Olha só essa casinha aqui. Dá pra ver direitinho tudo o que tem em volta. Todos os focos de doenças e contaminações. Olha só os becos! Estão bem mais claros aqui.
- Sim, sim. Mas não é uma proposta factível.
- Factível? Mas tu tem que pensar que não basta saber onde as pessoas estão morando, e sim tudo aquilo que circunda a moradia dessas pessoas, porque o ambiente influencia diretamente na qualidade de vida e no processo saúde-doença da comunidade.
- Compreendo, mas essa não é a proposta que temos. Seria bastante interessante, mas infelizmente não há recursos financeiros.
- Tu sabe qual é a coisa mais barata em um posto de saúde?

Suspiro da minha parte.

- O que?
- O próprio posto! Para o município custa uns R$ 150.000. Tu sabe quanto custa por ano para manter o pessoal?

Mais um suspiro.

- Quanto?
- Muito mais! E um mapa desses, com foto de satélite, custaria apenas R$ 150,00 e preveniria o surgimento de infinitas doenças e interferiria diretamente no processo de gênese patológica.
- Entendo, mas eu não tenho poder de decisão sobre isso.
- Sabe quanto custa uma tomografia computadorizada?

Outro suspiro, dessa vez com sinais de dor.
- Independentemente disso eu não poderia fazer nada a respeito. Minha proposta é inserir os becos como linhas bidimensionais em um mapa oficial, pois é uma alternativa de baixo custo e nos permitiria encontrar as famílias de risco na região geográfica que não é grande. Você já levantou essas propostas alguma vez em reunião?
- Sim, já falei isso com todo mundo, mas aí começa a burocracia, e cada um quer o dinheiro por seu lado, e tem muita briga política e rixa entre pessoas. Mas tive uma idéia. Acho que alguém pode conseguir o mapa que tu quer!

Ele pega o telefone:

- Olha só, fulana! Eu estou aqui com um residente...
- Estagiário...
- ...com um estagiário de uma unidade básica de saúde e ele gostaria de saber se teria a possibilidade de conseguirem para ele um mapa daquela região, pois ele vai se comprometer a fazer um trabalho de mapeamento completo e identificação de microáreas de risco.

Alguns instantes de silêncio... ele se vira para mim e faz uma pergunta que eu preferia não ter ouvido:

- Vocês tem GPS lá?

Minha vontade foi dizer:

- Escuta aqui! As unidades básicas de saúde muitas vezes sequer tem medicamentos para distribuir à população ou sala para atender aos pacientes e tu vem me perguntar se temos um GPS? Se tivéssemos um GPS já teríamos mandado imprimir as fotos de satélite e eu não estaria mais aqui ouvindo divagações sobre sonhos não concretizados e pessoas malvadas que não deixam que isso aconteça!

O que eu realmente disse foi:

- Nossa proposta é bem mais modesta, e posso me comprometer apenas com o início de um trabalho em escalas maiores, pois ficarei lá apenas durante dois meses.
- Mas tu não é residente?
- Não, estou fazendo estágio curricular e esse trabalho faz parte das minhas propostas.
- Bom, vou ver se consigo o mapa para você.
- Ok, tchau.

Não pretendo esperar pelo mapa. Vou usar o que eu montei no Paint Shop Pro mesmo. Por isso que a saúde pública não funciona. Ao invés de fazer, ficam sonhando alto.

quinta-feira, março 25, 2004

'and I hate you some
and I love you some
but I miss you most...'

quarta-feira, março 24, 2004

A Revolta do Le Ru

Ent?o Line virou uma gar?onete. Sempre achei uma profiss?o interessante, daquelas que te d? um ponto-de-vista excelente sob a vida alheia. N?o sei se antendentes de restaurante, bar e assemelhados t?m um c?digo de ?tica que pro?ba contar situa??es vivenciadas ou observadas. Caso n?o tenham, por favor, Line, conta algumas...

J? falando em restaurantes e situa??es, ter?a-feira fui almo?ar no Le Ru (pra quem n?o lembra, essa ? a forma carinhosa e francesa que eu uso para chamar o Restaurante Universit?rio da UFRGS. Ent?o, o Le Ru t? uma confus?o. Isso se deve ao fato de quererem aumentar o pre?o da refei??o, que n?o aumenta h? muitos anos - n?o sei ao certo quantos, mas tem gente dizendo que faz mais de 10 anos que custa R$ 1,30 o bandej?o cheio de comida. Existe ainda um agravante: ouvi dizer tamb?m na fila do Le Ru (por favor, n?o me comprometam mais tarde com essas informa??es) que o governo cortou o subs?dio que dava pros Le Rus (pra quem n?o sabe, n?o existe apenas um, e sim uma cadeia de restaurantes universit?rios franceses em todas universidades federais e estaduais do Brasil, sendo que a UFRGS tem 4 franquias). Sem subs?dio e com o pre?o dos alimentos subindo disparadamente nos ?ltimos 10 anos, n?o tem caixa que ag?ente. Resumindo: eles querem cobrar R$ 2,40 pelo bandej?o. Rea??o de parte da comunidade acad?mica da UFRGS: "OHHHHHHH ISSO ? UM RETRATO DO IMPERIALISMO AMERICANO! CHE GUEVARA N?O PERMITIRIA ISSO! TIRAMOS O COLLOR, VAMOS TIRAR A REITORA!!"

At? a?, tudo bem. N?o me envolvo. Tamb?m n?o gostaria que aumentasse o pre?o do Le Ru: a R$ 1,30 o bandej?o ningu?m pode reclamar de comer sobrecoxa frita com pele, afinal, esse dinheiro mal paga o custo final do arroz com feij?o (sim, embora eu n?o queira trabalhar em servi?os de alimenta??o, tive que aprender a administrar um). Creio que eu n?o era o ?nico a pensar assim da rela??o custo/benef?cio, pois as filas s?o intermin?veis em qualquer unidade do Le Ru da UFRGS. Eis um ponto positivo: muita gente vai deixar de almo?ar no Le Ru, afinal, R$ 2,40 pelo bandej?o ? IMPAG?VEL!

Ent?o, como estava dizendo no segundo par?grafo, estava eu no sol de ter?a-feira fazendo uma fotoss?ntese na fila do Le Ru quando me surge uma acad?mica com um abaixo-assinado, panfletos e muita boa-vontade. Segue o di?logo:

|Doida| Esse? o abaixo-assinado contra o aumento do Erre ?s!
|Alex| Fiquei sabendo que vai aumentar... Mas me diz, vai aumentar pra quanto?
|Doida| T?o falando em R$ 2,40!! V? se pode!!
|Alex| E por que vai aumentar? O que a reitoria ta dizendo?
|Doida| T?o dizendo que o custo t? alto, e que tinha um tal de fundo do governo em prol dos Erre ?s que agora eles v?o cortar! E quem se FFFF ? a gente! Assim n?o d?, n?? R$ 2,40 ? demais!!!
|Alex| T?... mas... me diz uma coisa... O pessoal do DCE tem alguma proposta alternativa ao aumento?
|Doida| Deve ter! Digo, eles t?m sim, mas eu n?o sei qual ? a proposta...
|Alex| Ahnnn... eu acho que vai acabar aumentando de qualquer jeito...
|Doida| Igual... que aumente ent?o... mas a gente tem que fazer um tum?ltuo antes!
|Alex| Beh... j? que o tum?ltuo ? pelo tum?ltuo, passa pra c? que eu assino.

Ao menos assim ela fica feliz. Mas, sinceramente, ? n?o ter mais o que fazer. O que leva uma estudante universit?ria a ir para a fila do Le Ru embaixo do sol do meio-dia fazer panfletagem contra o aumento do pre?o do bandej?o simplesmente para fazer tum?ltuo, sem nem ao menos saber as propostas alternativas que o DCE tem. Que v? estudar, pesquisar, fazer trabalho volunt?rio, ler Cam?es... sei l?!

O que eu vou fazer se o pre?o aumentar? Vou continuar almo?ando no Le Ru. Mas vou reclamar da pele da sobrecoxa frita. Ah, eu vou!

Yay, sou garconete!

Pois eh amados... estou trabalhando...nao muito, afinal tenho q me habituar aos poucos a esta nova rotina!

Sao 10h/semana no restaurante em frente ao predio onde o Jon trabalha; dois turnos de almoco e um de janta. A noite o movimento eh dobrado...o servico tambem, mas os donos do lugar (q sao irmaos e tb sao os cozinheiros) dao uma mao ajudando a levar os pratos se eu to ocupada atendendo outra mesa, ou se a mesa tem muita gente - tipo, nao eh raro ter uma mesa de 10 pessoas!

O restaurante eh de comida italiana, ou melhor, macarrao e pizza e claro pao com alho e salada; mas o mais legal eh q os donos/cozinheiros nao sao italianos, nem de longe...eles nasceram na Armenia e foram criados no Libano...enfim, eh a variedade de culturas que faz um pais neh?!

Hoje, quarta, e sextas tenho folga...em teoria, pq sao os dias da "Amelia" ; na lista de coisas por fazer hj estao:
- Costurar calcas (maldita calca, descosturou um lance...tenho q arrumar)
- Passar roupas
- Lavar roupas (ja foi, roupas na secadora ja!)
- Passar aspirador de po nos quartos (vai ficar pra sexta)
- Varrer a casa (este tambem)
- Limpar banheiro (adivinha....sexta!)

Na verdade teria tempo de realizar mais um item da lista pelo menos, mas hj resolvi cozinhar...fiz macarrao com molho de frango..hummm delicia! e depois fiz um cafe na nossa nova maquina de fazer cafe, q tem aquele esqueminha pra fazer espuma no leite, sabem? muito bom....

Bem, ta na minha hora, vou ver qto tempo tem pra terminar o ciclo da secadora e me mandar...q hj tem Trivia e nao quero chegar atrasada!

beijos ;)

ps: fui numa peca de teatro ontem, pois um dos amigos do Jon eh ator...ri tanto q minhas bochechas ficaram doendo depois :) a peca chama Noises Off e eh sobre um grupo de atores ensaiando uma peca, e p q rola nos bastidores...sei q tem um filme chamado Noises Off la dos anos 80 (acho) e me parece q foi baseado na peca...vou tentar alugar o video, se for bom aviso aqui!

terça-feira, março 23, 2004

Carissimos Line e Wood,

Dormi a tarde inteira hoje. Sim, eu estava cansado. O bom é que acordei bem disposto e arrumei um trabalho inteiro que já estava pendente ha quase um ano. Cruzem os dedos agora, pois quinta-feira ele será enviado.

Comecei agora a fazer meu trabalho de conclusão de curso, doravante chamado apenas TCC. Minha orientadora é excelente, embora tenha me deixado um pouco tonto com todas idéias fantásticas e fabulosas que ela deu durante nosso pequeno "papo" sobre "afinal de contas, sobre o que tu quer escrever, Alexandre?". Finalmente o assunto foi definido, e não vou dizer qual é até que ele esteja completamente pronto. Uma parte vou ter que fazer em academias. Faço o TCC e já aproveito para seletar um marombeiro. UHUUUUUUUUUUUUU!

Todos os dias estou indo para meu estágio lá no Morro da Cruz. Não se apavorem, é um lugar seguro, ao menos de dia, pelo que pude perceber. Amanhã ou depois vou começar a sair para caminhar pelos becos e vizitar as famílias. Meus tênis nunca mais serão os mesmos.

O fim de semana foi bastante divertido. Saí com o pessoal do Seriado. Mais alguns revivals ocorreram... Tão bom relembrar o passado às vezes. Melhor ainda seria conhecer o futuro ou, ao menos, começar a construí-lo. Isso já não é tão fácil. Oficialmente continuo solteiro, largado e abandonado.

Mas estou feliz e tranqüilo. Tenho mais coisas em mente agora; muito mais coisas em mente. Espero conseguir fazer tudo...

Abraços e beijos...

segunda-feira, março 22, 2004

'At this point in my life
I've done so many things wrong
I don't know what I can do right
Put your trust in me
Hope I won't let you down
If you give me a chance I'll try

Right now, right now, I'm doing the best I can
At this point in my life

Won't you put your faith in me?

At this point in my life
I wanna live as if falling in love matters

Before we tke a step
Before we walk down that path
Before I make any promises
Before you have regrets
I'll tell you all my past
The things I'd like to forget

At this point in my life'

Tracy Chapman

segunda-feira, março 15, 2004

Domingao

Gansinho :)

Tu ta away no messenger....q absurdo isso, mas tudo bem, vou postar entao!
Ontem tive meu primeiro dia de trabalho aqui na Australia!!!
Foi um "trial shift" (turno de experiencia) pra ver se me contratavam ou nao...naquela empresa de Buffet, pra festas e q tem um bistro num clube de boliche (leia-se lawn bowling...um boliche jogado na grama, tipo bocha na verdade...muito praticado por estas bandas)

Cheguei la, sem saber o que esperar...fui trabalhar no restaurante, como a unica garconete da noite... tinha q pegar os pedidos, e mexer com dinheiro (paga quando pede).
Eis que as coisas ficaram complicadas, pq eles nao esperavam ter muito movimento, por isso me chamaram pra fazer o teste domingo. Do nada surgem 2 mesas de 20 pessoas cada...sem problemas, nao fosse o fato q foi tudo ao mesmo tempo!

A dona ficou com uma e eu com a outra, e o chef coitado com todos os pedidos por fazer! enquanto os pedidos nao saiam, eu fiquei na cozinha, ajudando a preparar a salada pra colocar nos pratos e ajudando a montar os pratos e levando tudo pro povo nas mesas q estava faminto!

Depois q tudo acabou, veio mais uma mesa de 10! mas foi barbada... e foram os ultimos tb, pq a cozinha fechou em seguida.

Fiquei la ajudando a limpar tudo com a dona, muitos pratos, quantidades absurdas de talheres, vasilhas, panelas e outros utensilios! Pelo menos tudo vai numa super lavadora industrial, q limpa em 1min...mas as coisas saem de la de dentro pelando os dedos...felizmente, nao me queimei ;)

Hoje (segunda) fui num outro restaurante, q tinha deixado curriculo e q me ligaram sexta pedindo pra eu voltar pra uma entrevista.

O lugar fica em frente ao predio de onde o Jon trabalha, olha q beleza :) Sao 10h por semana so, mas provavelmente va aumentar pra 14; por enquanto vou trabalhar 3 dias...e um dos dias eh a noite; e eles me dao um prato de comida pra levar pra casa (macarrao ou uma pizza)

E a boa noticia eh q consegui o emprego, mas agora tenho q comprar umas 2 camisetas pretas pra usar como uniforme... entao, me voy a garimpar camisetas baratinhas pra trabalhar amanha!

PS: vc sabia q as bananas de pijamas sao australianas??? e que qdo se sai do onibus vc agradece ao motorista? :)

Casamento...[nao, nao casei!!]

Amado!!!

Fui no meu primeiro casamento Judeu!
Que na verdade nao foi completamente judeu, mas detalhes conto outra hora...foi judeu o suficiente pra mim, ja q nao tenho parametros.

A cerimonia civil/religiosa foi numa galeria de arte. Gostei da ideia, pq enquanto a noiva, q se atrasou um monte (eu e o Jon chegamos atrasados 20min, e ficamos esperando la mais uns 20min ate comecar tudo...) tinha varios quadros e fotografias pra ver e se entreter...caso vc nao conhecesse ninguem pra ficar conversando, o q nao foi o nosso caso.

A cerimonia foi em hebraico e em ingles, e foi celebrado por uma mulher! Quando anoiva chegou, ela foi ateh o altar, q nao eh um altar, era uma tenda, q eh tipico dos casamentos judeus e eh pra ser um lugar sagrado, onde sera realizada a cerimonia...pena que esqueci o nome da tenda.
A noiva entao da 7 voltas em torno do noivo, simbolizando q ela eh a unica mulher no mundo dele a partir daquele momento e o curculo tb protege ele dos maus espiritos, 7 eh um numero sagrado no judaismo. Esse ritual tb simboliza q o noivo esta aceitando a noiva como a pessoa com quem ele ira dividir o resto da vida dele.

Depois vem a cerimonia, foi bem curta...e parecida com a catolica..tem o" vc aceita blablabla...." e depois eles sao abencoados com as 7 bencaos (nao lembro as 7, mas uma eh pra luz, outra eh vinho, vida,...) Eles bebem vinho, o noivo quebra os copos, e eles estao casados!

A Festa
A festa eh marcada por discursos intercalados com dancas e musicas judaicas e comida. Discursos foram feitos pelo melhor amigo do noivo, q estava como "mestre de cerimonias", pelo padrinho, pelo pai da noiva, pela mae do noivo e pelo noivo...a noiva nao falou nada, so sorriu e chorou.

Estou procurando um lugar pra colocar as fotos e postar aqui...mas sem pressa, pq ja mandei por e-mail pra ti ;)

Dogsitter

Os pais do Jon foram viajar...foram pra costa oeste: Broom, Perth e Adelaide...vao ficar umas duas semanas fora.

Eles tem um cachorro, um mini fox terrier (acho q eh isso); chamado Cino (como capuCINO), o bichano eh super esperto e cheio de energia...e um esfomeado.
Estamos cuidando da casa e do cachorro, logo; nos mudamos pra la (um pouco a cada dia...acho q um dia antes deles voltarem vou levar minha mala enorme e colocar tudo dentro pra levar de voltra pra casa as tralhas q estamos acumulando por la)

Antes dos pais do Jon irem viajar, nos passaram varias instrucoes sobre a casa, as plantas, os passarinhos (atras da casa deles eh cheio de arvos e passaros...e eles colocam pao todas as manhas pros passarinhos num pratinho na varanda) e claro varios " Do-s and Don't-s" pro cachorro.

O cachorro dorme na cama com eles, consequentemente, ele acha q eh o dono da cama...e na nossa primeira noite la, quase fomos - os dois, um por vez - jogados fora da cama pelo mini, pero muy espacoso, Cino. Estamos quase adaptados agora...

Quero ver se consigo postar umas fotos dos passarinhos comendo o pao q colocamos la todas as manhas e fotos do Cino, na cama...enrolado no edredon...como ele gosta de dormir!

Dirigindo do lado errado

Amado,
Dirigir aqui eh uma experiencia unica...andar de carro na primeira semana ja eh algo que assusta...parece q alguem sempre vai bater no carro onde vc esta, e q a pessoa dirigindo nao sabe o q esta fazendo...q esta fazendo a curva muito aberta, ou muito fechada...

Imagina qdo vc tem q ser o motorista...

Fiz alguns testes, dando voltas pelo bairro, com o Jon no carro...me guiando, tipo: mais pra la (ou pra ca) - vc sabe q direita e esquerda sao conceitos q eu nao compreendo bem!

Ha umas duas semanas, o carro do Jon foi pra oficina, pra arrumar um vazamento de oleo ou alguma outra coisa q tava pingando e sujando a garagem, enquanto isso ficamos com o carro da mae dele.

Pra buscar o carro, fomos nos dois...e eu voltei dirigindo o carro dele, sozinha , seguindo ele no carro da mae dele...

Atravessamos a cidade...cruzei a ponte! (obaaaa) e fomos ateh a casa dos pais dele, sem grandes problemas (exceto um momento vergonhoso, qdo fui trocar a marcha e esbarrei no lance pra ligar o limpa vidro...mas so isso, fiquei orgulhosa de mim pq nao confundi o pisca com o limpa-vidros nenhuma vez!). Mudei de pistas, ultrapassei e mais importante, nao levei buzinada de ninguem :)

Alguem precisando de motorista? (tenho referencias!)


Agora eh a minha vez!

Antes de tudo, me perdoem pelo eh, ao inves de usar o acento correto...o micro onde estou nao tem acentos, e os acentos q tem estao configurados pro japones, ler teus posts aqui eh desafiador e engracado ao mesmo tempo!

Bem, este eh o primeiro da serie...pois faz tempo q nao escrevo nada aqui e tenho coisas pra contar...

Ja nem me recordo direito onde parei com as novidades (claro q eh uma questao de ler meu ultimo post, mas to com preguica)

Mas...tem algo q preciso fazer antes de tudo ainda, q eh dizer:
-Amado, q saudades de ti!!! fico feliz q vc tenha aproveitado a tua temporada la em casa, e agora vc conhece mais da ilha q eu!
Nunca fui pra praia do saquinho, solidao...nem na cachoeira do Peri, nao me animei qdo a minha turma da facul foi, muito quente e calca jeans nao era a roupa mais apropiada penso eu...
Outra, qto aos seletaveis do almas gemeas...q tal editar tudo num livro? com dicas de como seletar online, no melhor estilo "como escrever seu curriculo, e como escrever sua carta de apresentacao" mas voltado pra encontros pela web...acho q tem futuro :)
E amei teus comentarios sobre a adoravel "pequena cidade grande" que eh Floripa, uma cidade que esta crescendo, mas parece q nao quer deixar de ser provincia, e acaba ficando com o pior dos dois mundos...
Quando q eles vao entender q beleza natural nao compensa transporte publico ruim, engarrafamentos absurdos, pessimo atendimento em lojas e restaurantes e cinemas pulguentos (afinal, em Floripa no verao tb chove...as vezes ateh demais)
Esse povo ta perdendo muito dinheiro...muito dinheiro mesmo! Tem muita coisa simples de fazer pra tirar dinheiro de turista e manter o lugar limpo, arrumado, seguro, etc...e eles nao fazem, por causa de politicagem...
ok ok, vou parar de me queixar...

domingo, março 14, 2004

'And it only hurts when I'm breathing
My heart only breaks when it's beating
My dreams only die when I'm dreaming'

God I haven't been that sappy in years...

Desmotivação

Hoje vou sair à noite. Local? Um bar de Porto Alegre. Companhia? Os amigos de sempre, e talvez alguns que eu não vejo há algum tempo. Expectativas? Zero. Por quê? Muito tempo já se passou desde a época em que eu esperava ansiosamente para conhecer alguém legal na noite.

Já quero avisar que vou fazer algo que não faço com freqüência aqui no Seletando, que é falar de mim. Em geral eu não falo de mim diretamente, apenas dou a entender preferências, idéias e pensamentos que tenho em relação ao mundo. Esse vai ser um post um pouco mais íntimo.

Antigamente eu saía na noite esperando encontrar um cara legal, para dar uns beijos, uns amassos e depois não telefonar na segunda ou na terça-feira. Dificilmente eu deixava meu telefone com alguém, afinal, não gostaria de ser perturbado no meu recinto de individualidade durante a semana por alguém que beija mal e não consegue falar mais que "e onde é que tu mora mesmo?". Vamos lembrar que o "antigamente" se divide em algumas fases. Essa fase foi dos 16 aos 18 anos.

A partir dos 18 anos eu comecei a procurar alguém para ficar comigo por mais algum tempo. A idéia era conhecê-lo, ficar íntimo (ao ponto que fosse possível) e então perdurar seis meses, um ano, dois anos, sei lá quanto tempo junto. Então, saía na noite com a expectativa certa de encontrar aquele cara bonito, inteligente, bem humorado e bom motorista, afinal, eu nào queria morrer no primeiro poste. Nunca encontrei esse cara aí. Naquela época eu não tinha muitos amigos com os quais sair, embora conhecesse já bastante gente.

Anos mais tarde (o que seria atualmente), saio de casa pronto para ver meus amigos, dançar um pouco e mais nada. Já faz tanto tempo que não vejo caras bonitos, inteligentes, bem humorados e bons motoristas que já desisti de encontrar um assim na noite. Por isso também me matriculei em tantos cursos de línguas e faço cadeiras de outros cursos na universidade. Resultado: não conheci ainda nenhum cara bonito, inteligente, bem-humorado e bom motorista. Aliás, isso é mentira: conheci alguns sim. Ou não. Na verdade, a princípio pareciam ser bonitos, inteligentes, bem humorados e bons motoristas, mas, sempre, após umas duas semanas, mostravam aquela barriguinha saliente, ficavam sem argumentos para as menores questões, revelavam seu sendo de humor pouco espirituoso e começavam a fazer barberagem no trânsito. É claro que estou exagerando tudo nesse texto. Não pensem que eu sou tão chato e exigente assim.

A que isso levou? A eu não ter mais vontade de ingressar em conversas por muito tempo. Tenho achado completamente massante conhecer uma pessoa nova na noite. Extremamente entediante. Um sem-fim de tempo perdido e chateação.

Por isso que eu estou desistindo de seletar. Não tem produto seletável por aí. Só tem aquela ponta-de-estoque que ninguém quis. Os seletáveis já se seletaram e era isso. Talvez eu nã oseja seletável. Será que não sou seletável?

Igual, vou sair hoje a noite, e espero que, se eu ficar com alguém, não seja sovado como uma bisnaguinha Seven Boys.

segunda-feira, março 08, 2004

E os e-mails do Almas Gêmeas continuam chegando. Vou começar a pegar algumas preciosidades que tenho recebido para colocar aqui no site. Esse recém chegou.

"desculpa por ñ mandar as foto ainda...o scanner da minha prima q brou e
eu só tc d o computador dela.
to afim d vr aquele filme da Halle Bary..."Na companhia
do medo"
c quiser vr, oconvite tá feito.
até lá"

Ok.. Além do cara não mandar as fotos, ele ainda convida para ir ao cinema? Isso é muita audácia. E, pelamordedeus, o que é o português da criatura? Ele não consegue escrever as palavras completas não? Será que é tão difícil escrever VER com o E no meio em vez de simplesmente escrever VR sem o E? Até onde eu sei, VR não é abreviatura do verbo VER. E o que é aquele "C quiser vr?" Alem do VR (que, insisto, deveria ter o E no meio) o cara ainda me escrever C no lugar de SE? Quanto ao TC no lugar de TECLAR, tudo bem, é compreensível, afinal, essa abreviatura já está praticamente impregmentada ao vocabulário eletrônico. Agora, o "Q BROU", substituindo QUEBROU eu não admito, a não ser que ele justifique como sendo uma simbologia gráfica para reforçar o significado do verbo quebrar, tipo, partir, destruir...

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!! E-mail deletado, e sem resposta!

Hoje foi oficialmente meu último dia de praia em Florianópolis. O céu está todo nublado agora, provavelmente vai chover canivetes e eu duvido muito que o tempo melhore até amanhã. Pelo menos assim refresca um pouco, já que tá muito abafado por aqui.

Sábado, fui conhecer Ribeirão da Ilha. É uma comunidadezinha que fica no sudoeste de Florianópolis, onde tem uma igrejinha, uma praça... e só. Resolvi ir a pé até a próxima localidade, Caieira da Barra do Sul, e no caminho perguntei para um vivente que passava: "falta muito até a Caieira?". Ele disse: "mais uns 6 Km". Pensei "tudo bem, 6 Km dá tranqüilo". Uma hora depois, perguntei novamente para alguém que passava por mim. O cara respondeu: "falta mais uns 8 ou 10 Km". Ok! Ou eu estou indo na direção errada, ou essa gente daqui tem um grave problema com distâncias. Desisti de ir a pé até lá e resolvi ir a uma praia civilizada, onde eu pudesse comer açaí na tijela. E lá fui eu pra Praia Mole.

Voltando da Praia Mole, resolvi passar no cinema para ver Alguém Tem Que Ceder, que foi escrito com S no cartão de ingresso do cinema: SEDER. Deuses. Ou é dialeto da ilha ou essa gente não sabe Português. De qualquer forma, entrei na sala de cinema, que fedia a mofo por sinal. Sentei na minha poltroninha e lá pelo meio do filme minhas pernas começam a coçar... PULGAS! Eu estava sendo devorado por pulgas no meio do cinema!! Volto pra casa, tomo aquele banho, e finalmente agora parou de coçar.

Ontem fui à Praia do Forte, onde conheci, obviamente, o forte. Bem legal, embora nunca tenha entrado em atividade. Existem tres fortes naquela região, que impediam o acesso ao continente pelos navios espanhois. Detalhe: nenhum dos canhões tinha disparos forte o bastante para alcançar os navios, ou seja, os fortes eram inúteis. Logo se vê a origem do povo. Talvez por isso escrevam "ceder" com S, tenham ruas minúsculas por onde mal passa um carro só e o transporte público seja cara e um desastre. Adoro essa cidade, mas por favor... acho que a população não se dá conta de que está crescendo.

Hoje saí de casa com a forte convicção de que não faria qualquer trilha para qualquer praia fora do alcance de uma estrada e um ônibus. Fui até a Caieira da Barra do Sul. Descubro que sequer existe praia lá, só umas saidinhas para o mar que lembram vagamente a orla do Guaíba. O mar, alí, tem menos ondas que o lago de Porto Alegre, inclusive. Lembro que existe a trilha que vai pra Praia de Naufragados, que todo mundo fala ser uma praia exuberante. Contra minha prévia convicção, faço a trilha e vou até a praia. Antes disso pergunto para o dono de um bar que fica no início da trilha se ele acha que da tempo de ir e voltar antes que chova. Ele responde: "mas claaaaaaaaro". Eu acredito. Eu sou um idiota. A trilha é fácil, mas a praia não é tão exuberante como diziam. Talvez fosse o tempo nublado que a deixasse um pouco sem-sal. Aliás, é meio estranho dizer que uma praia é sem-sal, levando em consideração o gosto da água. De qualquer forma, acabei voltando de barquinho, junto com uns nativos com os quais eu acabei me enturmando. Eles estavam passando uma temporada ali em Naufragados e agora voltavam para sua residência de origem com todas as malas. Até ajudei a carregar o barquinho. A visão dos morros ali é linda. Da pra ver os morros da ilha e os morros do continente, ao fundo, e as ilhas menores que ficam em volta da ilha de Santa Catarina, ao sul.

E amanhã eu volto para Porto Alegre. E tenho mais uns dias de tranqüilidade até começarem as aulas. Planos pro próximo semestre tenho vários. Planos no que diz respeito à vida afetiva, nem tantos.

Claro que eu vou continar seletando, mas vou seletar coisas mais abrangentes: oportunidades academicas e profissionais, talvez um emprego, novos amigos (sem me desfazer dos antigos), bons livros e bons filmes (sem pulga!), boas músicas...

Agora 2004 finalmente começa para mim...

sábado, março 06, 2004

Quinta-feira foi um dia bem cheio. Estava pronto para sair de casa, com destino ? alguma praia do sul de Florian?polis quando me dou conta: onde est?o meus ?culos? Ap?s alguns minutos de desespero, ponho a cabe?a no lugar e come?o a pensar: qual foi a ?ltima vez que eu os vi? No bar da Lagoa do Peri.

Depois de diversas tentativas infrut?feras de conseguir entrar em contato com o centro administrativo, finalmente consegui o telefone correto e falei com alguem do bar. Sim, meus ?culos estavam l?. Fui at? l? recuper?-los. Ap?s um interrogat?rio sobre como s?o os meus ?culos e qual ? a marca deles (eu sequer lembrava a marca, acreditam), consegui convencer o cara do bar que eles realmente s?o meus e que eu n?o inventei nenhuma hist?ria para roubar os ?culos de algu?m. Eis que ele me diz que outra coisa foi deixada com os ?culos. Como eu n?o tinha dado falta de mais nada, nem dei muita bola. Depois que me dei conta: "por acaso n?o ? um protetor solar, FPS 6, em um tubo marrom?" Sim. Era. O cara come?a um papo de que ele ? honesto e que jamais ficaria com as coisas pra ele, e que tem muita gente por a? que n?o seria como ele, que pegaria tudo para si e diria que n?o havia encontrado nada. Eu concordei com tudo, agradeci educadamente e fui embora. Sou da teoria de que as pessoas n?o precisam defender que s?o boas, basta elas serem assim, e todo mundo vai perceber que ? verdade.

De volta ? estrada que passa ali na frente, decido ir a p? at? a Praia da Arma??o e l? passar a tarde toda, j? que n?o dava muito tempo de ir a algum outro lugar. Resolvo pedir carona e ponho o ded?o pra fora (por favor, n?o interpretem mal...). Na primeira tentativa para um corsa branco com um mulher que de longe parecia um tanto quanto en?rgica. Aparentava ter j? os seus quarenta e alguns anos. Perguntei se ela passaria pela Arma??o e ela disse q sim. Perguntei para onde ela iria, e ela disse que ia at? a Praia da Solid?o, pois estava construindo uma casa l?. Disse-lhe que ainda n?o conhecia essa praia e gostaria de ir at? l?. Ela concordou sem problemas.

No caminho, foi falando da sua vida. Ela mora na Su??a faz alguns anos. J? morou em v?rias cidades por l?. J? morou em Paris tamb?m, mas detesta a cidade e especialmente seus habitantes. Ela trabalha com artesanato, n?o sei com o que exatamente, mas tem a ver com arte, j? que ela adora visitar exposi??es desse tipo em Paris, apesar de, como j? disse, detestar a cidade e seus habitantes, sem falar do fato de uma coca-cola custar dez euros. Ela j? trabalho em restaurante por muito tempo e depois trabalho em hospital. Isso fez eu pensar que ela pudesse ser nutricionista. Hoje, ela quer dist?ncia de restaurantes e de hospitais, pois de tanta correria acabou tendo um c?ncer no est?mago. Se curou ou n?o, eu n?o perguntei. Quando eu disse que era de Porto Alegre, ela comentou que foi casada por mais de 10 anos com um ga?cho. Senti um tom de saudade da voz dela, mas como ela n?o continuou falando do assunto, n?o fiz mais delongas. Estranho. Pela hist?ria dela, tive a impress?o de que ela poderia ser parente de um carinha que fiquei a um tempo atras, que estava morando na Suissa com uma irm?, que tambem tinha casa em Florian?polis. Coincid?ncia? Seria demais.

Chegando ? Praia da Solid?o, ela me diz que tem uma cachoeira linda por l?. Me despe?o e vou conhecer a tal cachoeira. O caminho ? simples para chegar, sem muitos troncos e pedras para dificultar. A cachoeira: um espet?culo, e com muito mais cara de cachoeira que a do Peri. Inclusive, descobri que a cachoeira a qual eu fui, cuja foto coloquei no blog, n?o ? a ?nica cachoeira da trilha. A trilha da Gurita continua, e desagua em uma cachoeira muito maior. Se eu soubesse que aquela era s? a amostra gr?tis, teria continuado. Anyway, voltando ? Praia da Solid?o e a cachoeira. Havia algumas pessoas l?. Eu tomei meu banho no meu canto, sem puxar papo com ningu?m, como sempre. Se quiserem falar comigo, que falem; eu respondo e mantenho um di?logo. Caso contr?rio, fico bem quieto tomando meu banho e dando minhas bra?adas.

Um cara chega para mim: "Tu n?o ? de Porto Alegre?" Pronto! Me acharam! "Sou", eu respondo. "Eu acho que j? te vi por l?. Tu n?o vai no Ocidente?" Sim. Me acharam. Come?amos a conversar. Ele morou em Porto Alegre de 2000 a 2002. Pelo que deu pra entender, foi pr? l? por causa de algu?m e ficou subentendido que a rela??o n?o deu certo. Agora ele abriu uma floricultura em Florian?polis, n?o lembro exatamente onde.

Muito simp?tico ele. Me levou para conhecer a Praia do Saquinho, que fica logo ao lado da Solid?o. Fomos conversando o tempo todo, e, dessa vez ao menos, a trilha era pavimentada. Qual n?o ? a minha surpresa a exist?ncia de um CAVALO no meio! Tudo bem. Pra quem viu duas vacas no meio do brejo no dia anterior, um cavalo subindo o morro n?o era nada. Visivelmente ele estava interessado em algo al?m de amizade, mas infelizmente eu n?o estava disposto a oferecer isso, e ele n?o fazia o meu tipo tamb?m. Voltamos at? P?ntano do Sul, uma prainha de pescadores, bem simples. L? peguei o bus de volta pra casa.

Hoje s? fui at? a Praia Mole, que estava vazia, e depois ao cinema. Ontem e hoje li "Todas as Hist?rias do Analista de Bag?" do Ver?ssimo e hoje comecei a ler "A Festa no Castelo", do Sclyar. Ta parecendo ser bem bom.

Sem planos ainda para amanh?. J? tenho data de volta. Dia 9, no final da tarde, chego a Porto Alegre. Dia 10 ? minha matr?cula, e as aulas come?am dia 15. Tudo volta ao normal, e eu ainda tenho a impress?o de n?o ter achado as respostas pras minhas perguntas...



Praia da Solid?o



Saquinho



P?ntano do Sul

quarta-feira, março 03, 2004

Papo rapido e recente entre minha irma e eu:

Ela: Mas tu acha que se eu tivesse agido de outra forma teria dado certo?
Eu: Mana, prever o futuro do presente e uma coisa inutil. Prever o futuro do preterito entao e POINTLESS!

Detesto isso! O que adianta ficar pensando nas atitudes que poderiamos ter tomado em alguma época? Mesmo que tivessemos a resposta, nao da mais para voltar o tempo.

Ainda quero descobrir a logica desses acentos...

Mais um dia cansativo se passa.

Finalmente fui conhecer a Cachoeira do Peri. Inclusive, essa cachoeira chega a ser desconhecida at? pelos nativos da ilha, pois muitos com quem falei sequer sabiam da sua exist?ncia. Ap?s chegar no Parque da Lagoa do Peri, dessa vez devidamente paramentado com t?nis, ?gua e comida, fui direto para a Trilha da Gurita, que d? acesso ? cachoeira.

Come?a a trilha: caminho tranq?ilo pela areia da lagoa at? o in?cio da mata. A mata vai fechando. A mata fecha mais. A mata vira uma floresta. Pedras surgem no meio do caminho. Mais pedras. Muitas ?rvores. Animais. Animais com apar?ncia hostil. As pedras passam a ser substitu?das por troncos. Os troncos somam-se as pedras que voltaram a aparecer. Aten??o, pois quando eu falo em troncos e pedras, n?o me refiro aqueles que s?o facilmente contornado. Me refiro a troncos enormes e pedras enormes.

Claro que a fauna e a flora ex?tica s?o at? interessantes. Vi umas dez esp?cies de borboletas que eu nunca tinha visto em lugar algum, e, mais curioso ainda, vi um animal que lembrava muito uma galinha, que eu chamo carinhosamente de galinha-do-mato. Na primeira galinha-do-mato que apareceu, n?o sei quem ficou mais assustado: eu ou a tal galinha. Sei que os dois sairam correndo, ela para dentro do mato (de onde n?o deveria ter sa?do) e eu em frente (j? que eu me recusava a voltar, depois de mais de meia hora de caminhada subindo morro e transpondo pedras e troncos.

E continua a aventura. Subidas e descidas com pedras e troncos e agora riachinhos. Sim, come?aram a aparecer riachinhos. Geralmente ap?s alguma curva, no meio de uma descida, tinha um riachinho. E ? numa dessas curvas que eu vou atravessar o pr?ximo riachinho e o que eu encontro? DUAS VACAS! Sim, duas vacas com ?gua at? os joelhos (ou a parte correspondente ao joelho humano em uma vaca). Literalmente, n?o apenas uma vaca, mas duas vacas foram para o brejo. Meu maior desejo na hora era ter uma m?quina fotogr?fica para registrar aqueles animais enormes parados em um laguinho no meio de uma mata fechada. Pedi licensa para elas (afinal, elas me olharam com uma cara n?o muito agrad?vel), disse MU e passei r?pido por elas. Cheguei a um campo aberto, provavelmente de onde vieram as vacas. Da? pra frente foi r?pido, s? mais duas subidas e eu havia finalmente chegado ? cachoeira do Peri.

Que desilus?o. Eu imaginava uma cachoeira com quedas d'?gua exuberantes, e um amplo local para tomar banho. Tudo que encontrei foi uma corredeira pelo meio das pedras, com pequenas quedas d'?gua. Parecia bem mais atraente no cart?o-postal. Igual, subi toda a cachoeira e fiquei sentado em uma das pedras no topo dela, na parte onde n?o passava ?gua. Dei um tempo por l? e resolvi voltar aquilo tudo. A volta pareceu bem mais tranq?ila, apesar da dor que eu sentia nas minha panturrilhas.

Logo ap?s, fui novamente ? Praia da Arma??o. L? existe um bar muito agrad?vel, o Sun Bar, cuja atendente ? muito simp?tica. Outro lugar muito bom para se visitar em Florian?polis tamb?m ? o Caf? das Na??es, no centrinho da Lagoa da Concei??o: l? comi o melhor a?a? na tijela dos ?ltimos tr?s anos. Voltando ao passeio de hoje, fiquei l? tomando meu suco de manga e lendo "O Caso do Martelo", do Jos? Clemente Pozenato.

In?meras vezes, ? claro, eu fiquei sentado ? beira da praia olhando as ondas e pensando na vida. Isso ? o que eu mais fa?o por aqui... E a partir de hoje, chega de trilhas complexas e demoradas. Meus p?s e panturrilhas pedem sossego.

At? mais...


Cachoeira do Peri

Hoje o dia foi bastante cansativo, fisica e mentalmente.

Saí de casa perto da uma da tarde com destino ao sul da ilha, provavelmente Morro das Pedras. No ônibus conheci uma nativa (que na verdade era de Curitiba, mas já mora na região há 10 anos) muito prestativa que me aconselhou a descer perto da Lagoa do Peri e voltar até o início do Morro das Pedras pois a paisagem pela estrada é linda. Fiz como ela disse, mas antes dei uma volta na Lagoa do Peri para conhecer.

Ao chegar lá, conheci uma mulher baixinha e gordinha, que sorria encantadoramente. Seu nome é Bárbada, e, de fato, pela forma como ela pegou um galho do chão e saiu cortando o ar com ele, parecia uma remanescente do Hunos. Na verdade, ela é uma espécie de atendente de bar, administradora da reserva, guia, móveis e utensílios do local. Me mostrou no mapa que estava preso na parede as principais trilhas, inclusive a que leva à Cachoeira do Peri. Aconselhou, entretanto, que eu fizesse as trilhas usando tênis e com comida na mochila, pois são muito longas (duas horas a ida e duas horas a volta). Resolvi voltar outro dia e só fiquei em volta da Lagoa um tempo apreciando a paisagem.

Depois, fui caminhando até Morro as Pedras. Esperava muito mais do lugar. As ondas que batem nas pedras e jorram água a metros de altura provavelmente não dão as caras nessa época do ano, pois as que eu presenciei não levantavam mais do que trinta centímetros.

Resolvi caminhar até o início de Campeche. Ventava muito, mas era agradável, pois, ao menos assim, eu nem sentia o calor infernal que devia estar fazendo. Quando cheguei no meio da civilização que habita o Campeche me informei para saber como chegar à Praia da Armação e me disseram que eu teria que pegar um bus até o terminal e outro até essa praia. Nada feito! Vou a pé mesmo. Voltei todo o caminho até Morro das Pedras e fui pela beira do mar até Armação. Caminhada árdua, mas válida, pois a Praia da Armação é muito bonita. Matadeiro, que fica logo ao lado, é talvez uma das praias mais bonitas que eu visitei em Florianópolis. Pena que a tarde já estava acabando e eu resolvi voltar.

Foram praticamente quatro horas de caminhada. Sentei e fiquei olhando as ondas em alguns momentos, mas não conseguia ficar quieto muito tempo. Precisava andar mais. Quero conhecer todas as praias do sul: elas são muito bonitas. E também quero caminhar sozinho mais tempo enquano estiver por aqui. Estar sem-abandonada numa cidade como essa, cheia de praias é bom; ajuda a pensar. Quero voltar para casa com boa parte das idéias em ordem na minha cabeça. Espero conseguir...

E também espero que amanhã não chova... Lá fora está trovejando. Aqui dento também...


Matadeiro



Campeche



Morro das Pedras



Armação

terça-feira, março 02, 2004

Oi Line,

O retiro está indo bem aqui em Florianópolis. Ontem saí com um amigo para comer camarão. Pela primeira vez, vi uma montanha de camarão na minha frente. Não acabava mais aquilo. Sem falar nos pratos adjacentes, que mal foram tocados, claro.

Hoje vou pra alguma praia do sul. Talvez mais de uma, afinal, pelo que vi no mapinha do Guia Floripa todas elas são acessíveis por trilhas uma a partir da outra. Embora meus pés não estejam ainda em condições ideais para tanto, vou tentar.

Pensei em ir até a ilha do Campeche também, embora o preço seja meio salgado. Bom, as férias estão aí para gastar dinheiro mesmo, e já tá na hora de eu conhecer as praias todas daqui.

Espiritualmente tá sendo bem bom pra mim isso. Estou longe da cidade, longe das pessoas de lá; praticamente desconhecido na ilha. Todos conhecidos já foram embora da ilha e só resta eu. Às vezes me sinto um pouco sozinho, então lembro que em breve voltarei para Porto Alegre e que lá eu vou sentir falta de tudo isso.

Não seletei ninguém por aqui ainda. Não faço muita questão disso também. Sequer estou indo para aquele Bar Gay que tem na Praia Mole. Tavez eu apareça por lá no final de semana.

Até mais...

segunda-feira, março 01, 2004

Desde que estamos aqui eu não quero saber
Quanto tempo se passou, quem sou eu e onde estou


Mas quero saber o que você sente por mim, quantas vezes pensou em mim nas últimas vinte e quatro horas, pois preciso ter certeza de que não estamos juntos apenas porque não temos nada melhor para fazer. Quero saber se alguém já te fez mais feliz do que eu faço hoje e, se fez, como fez, para ser ainda melhor e me tornar inesquecível, mesmo após terminarmos por alguma bobagem e não conversarmos mais.

Será que fomos apressados ou foi o tempo que parou
Será que estamos parados, congelados no espaço?


Porque é inacreditável como o tempo demora para passar dependendo da forma como estamos. Quando discutimos e passamos a evitar um ao outro, os dias se arrastam e eu fico só esperando o momento certo para dizer que estava com raiva e que ainda quero ficar contigo. Só assim a minha vida pode voltar a andar um segundo de cada vez e eu paro de contar os centésimos. E quanto mais eu quero que o tempo continue seguindo, mais bobagens eu faço, pois não consigo aproveitar os momento nos quais estou com você e penso apenas no que estarei fazendo amanhã.

Desde que estamos aqui eu não quero saber
Quem está por cima, quem está por baixo


Já não me importa mais ser orgulhoso e querer manter-me no controle da situação. Preciso ceder para ganhar mais regalias e preciso parar de me preocupar comigo mesmo e pensar mais em você, pois agora minha felicidade tambem depende disso até certo ponto. Não acredito em "nós dois somos um" mas definitivamente acho que 1 + 1 = 2 e que qualquer mudança nisso é problemática.

Com você o tempo para, sem você o tempo voa
Sem você eu perco tempo, com você me sinto imortal


Se está tudo bem conosco, o tempo passa rápido e eu não quero ter que ir à aula, não quero ter que voltar para casa e muito menos sair do cinema, pois o Senhor dos Anéis inteiro passou mais rápido que o trailler do filme que eu assisti sozinho ontem. Se eu não estiver com você, o tempo e as outras dimensões desaparecem e eu fico perdido em uma imensidão de nada. Só com você eu posso tudo e muito poder me assusta.

Eu quero ver você ficar no meu lugar
Eu quero ser você, ficar no seu lugar


Se ao menos tivessemos tentado isso, talvez ainda estivéssemos juntos.