s e l e t a n d o ----> ?


sábado, maio 29, 2004

Sensível até não poder mais

Fazia frio. Talvez fosse o dia mais frio do ano mais frio: 2000. O dia amanheceu e o sol me acordou, quando eu me dei conta que não estava em casa. Nunca gostei muito de dormir fora de casa, pois eu só assimilo todos os acontecimentos do dia anterior e, mais importante ainda, o lugar onde estou e como cheguei ali, alguns minutos depois de estar acordado.

Descrevendo o cenário: uma cama de solteiro e um corpo do meu lado, abraçado em mim. Então percebi que eu tinha dormido pouco mais de duas horas e recém tinha saído de uma festa. Estava na casa de um seletado, mais precisamente na sua cama e, como já disse, ele estava do meu lado, abraçado em mim. E agora? Em questão de segundo lembrei de nós dois chegando lá e ele dizendo ‘bah, tu é o primeiro cara que eu trago pra cá, com a minha família toda em casa’. Uma pessoa sensível. Um ser sincero. Um cara disposto a algo mais que uma noite. Como eu faço para sair correndo daqui?

Ainda com o braço dele em volta do meu pescoço, impossibilitando qualquer movimento do meu esternoclideomastoideo, lembrei do sexo. HORRÍVEL! PÉSSIMO! Então pensei ‘com a prática vem a perfeição’ e, logo em seguida, ‘não, talvez até melhore, mas perfeito isso nunca vai ficar!’ Quero sair AGORA daqui. Tento me virar na cama; não consigo. Tento virar o rosto; não consigo. Só me resta uma saída estratégica:

- Bom diaaaaaaaaa! Dormiu bem?

O cara, ainda com um ar de sono, olha para mim e diz, sorrindo:

- Hein? Sim... Sim...
- Olha só... Não avisei ninguém que ia dormir fora de casa. Vou telefonar para casa para avisar, ok? – Essa é a saída estratégica.

Casaco perdido, relógio perdido, celular perdido. Finalmente acho tudo e faço a ligação:

- Oi! Só pra avisar que eu to bem e não dormi em casa hoje. Sim... Sim... Não... Sim... Ok... Não sei... Ta... Um amigo... É... Beijo pra ti também. Tchau.

O cara me abraça com carinho, beija meu pescoço, me vira para ele e diz:

- Vamos voltar para a cama.
- Ok, mas antes abre a porta pra mim? Não consegui dormir direito e to tri cansado. E com esse friozinho ainda, tá tão bom pra ficar na cama dormindo. Já to até com saudades da minha.
- Quê?
- O quê?
- Nada, esquece.
- Tá. Abre a porta?
- Abro.

Fui embora, cheguei em casa, dormi bem contente e tranqüilo. Quê? Não sabiam que eu nem sempre fui o poço de sensibilidade que eu sou hoje? Pois é. As pessoas mudam. Talvez por isso eu seja tão tolerante com aqueles que não me tratam bem como eu gostaria.

quinta-feira, maio 27, 2004

Que se explodam os fusos horários, e tb não interessa que aqui ainda são 5.08 PM do dia 27.

Na Austrália já é dia 28 de maio, mesmo que de manhã cedo, já tá na hora de dizer: Feliz Aniversário Lineeeeee!

Que tudo de bom aconteça neste importante momento de sua vida. Aproveite o pinguim e os cangoos a lot! E seja feliz como nunca!

Juro que vou tomar uns chopes por vc nesse final de semana ;) Já pode né? :)

Beijones!

quarta-feira, maio 26, 2004

A Manhã Seguinte

Ontem eu estava falando com um amigo pelo Messenger. Na verdade, é alguém com quem eu fiquei recentemente e parecia ora interessado ora nem tanto. Essa parte, embora engraçada, não vai ser contada agora; talvez um outro dia. Hoje, vou resumir apenas em ‘ele ainda gosta do ex’.

Eu sou da teoria de que continuamos eternamente sentindo o mesmo pelas pessoas de quem gostamos, pois nos apegamos àqueles momentos como únicos e imutáveis. De fato, eles o são. O sentimento nunca é apagado, apenas para de evoluir. Isso machuca e leva um tempo para se acomodar, esse processo de transferência de um presente com um possível futuro para um passado que provavelmente não volte mais.

Já comentei por aqui que tenho umas dores-de-cotovelo de estimação. Depois da conversa eu lembrei do tempo em que essas dores de cotovelo que hoje eu praticamente nem sinto eram dores viscerais. Lembrei desse tempo especialmente quando acordei e não senti nada além de um pouco de frio e sono. Sempre depois de um final indesejado, às vezes por muitos meses, eu acordava e, nos primeiros cinco segundos, me sentia extremamente feliz e bem. Então eu me lembrava dele, do que tinha acontecido, de que não teria mais aqueles momentos de volta e me sentia muito mal. Posso dizer que isso é tão horrível quanto sair de um banho e se jogar em uma banheira de gelo. Não que eu já tenha feito isso alguma vez; não comecem a imaginar que eu seja mais louco do que aparento.

Isso já aconteceu com alguém, esses cinco segundos e o choque? Se não aconteceu, ótimo. É como se você acordasse com a luz do sol agradavelmente batendo no rosto e de repente alguém os perfurasse com uma lança. É como acordar sentindo cheiro lírios e do nada alguém descarregasse uma tonelada de lixo orgânico em cima da sua cama. Mas ou menos como sair do sono ouvindo Jewel e, sem mais nem menos, ter que ouvir música sertaneja pelo resto do dia. É assustador e parece que nunca vai terminar. Mas termina.

terça-feira, maio 25, 2004

Parabéns para nós! :)

Sim... Hoje o seletando faz 2 anos e já está caminhando por tudo. Espero que verdadeiramente muitas pessoas tenham se beneficiado de alguma forma das palavras escritas aqui. Também quero ainda que nosso filho cresça muito mais, afinal, ele está sendo bem cuidado pelos seus pai Alex, sua mãe Line e o titio Vudi.

Beijos e abraços para todos que têm nos ajudado com seus Gritos e Berros, e, é claro, um agradecimento especial para os outros autores. Adoro vocês... ;)

segunda-feira, maio 24, 2004

If my life is for rent and I don't learn to buy
Well I deserve nothing more than I get
Cos nothing I have is truly mine

While my heart is a shield and I won't let it down
While I am so afraid to fail so I won't even try
Well how can I say I'm alive

If my life is for rent and I don't learn to buy
Well I deserve nothing more than I get
Cos nothing I have is truly mine

... Dido ...

domingo, maio 23, 2004

Ora pois...

So pra constar, eu nao sumi nao ;)
Alias, to aqui ainda..sobrevivendo a professores com sotaques indianos e preguicosos; vamos ver se mudo um pouco de ares na escola...(ou de professor).
Fato eh que, to preparando um post, com trechos de um livro q eu li q comprei no inicio do mes, eh um livro q nao sei porque me atraiu desde o primeiro momento q vi nas livvrarias...conto mais depois.
Ainda no assunto livro, to lendo um do Grisham q peguei com a voh do Jon, e o tio dele me emprestou outro...e claro, que qdo menos esperava achei numa livraria obscura um livro do Italo Calvino (Amores Dificies) que sempre quis ler, nao lembro por que ou quem indicou...mas fato eh q no Brasil nunca tinha encontrado ele nas livrarias, pelo menos nao em Floripopolis...e achei ele aqui, em ingles :)
A lista de livros pra ler ta crescendo, mas nao tem problema ja q eu passo uma parte consideravel da semana sentada em onibus e trens ;)
Bem, me voy q amanha acordo cedo!
Beijos pra todos...e novamente Yay pro Gansinho q fez uma grande descoberta...
Gansinho e Vudi, precisamos marcar um dia/noite pra trocar figurinhas!!!

sábado, maio 22, 2004

Gente... Demorou, mas aconteceu... Para deixar bem claro, meu drama não é o início de uma crise, mas o final de várias.

Vocês já devem ter percebido que desde que vocês me conheceram eu passo por momentos constantes de insatisfação pessoal que eu sempre atribuí a estar sozinho, jogado às traças, enfim, seletando. Quando estava com alguém, sempre parecia chateado por não estar gostando muito dessa pessoa, ou por não ser exatamente como eu queria, ou, mesmo, pelo cara não estar correspondendo como eu gostaria que estivesse.

Portanto, durante os últimos anos eu tive várias dores-de-cotovelo, algumas de estimação até, e outros inúmeros pretendentes inconvenientes que me ligavam nos momentos mais inoportunos para dizer que gostavam muito de mim, que seriam excelentes e que ficariam para sempre comigo se eu quisesse ficar com eles. Tudo bem, isso foi até engraçado algumas vezes, mas quando passou a se repetir deixou de ser legal para se tornar meramente banal.

(pausa para ir ao banheiro, já continuo escrevendo)

Voltei. Então, como eu estava dizendo, passei os últimos anos achando que o que faltava na minha vida era um homem. Muito estranho isso, visto que antes eu sempre me considerei extremamente auto-suficiente. Ok, desculpem pelo caráter masturbatório da frase, não era para sair assim. Ontem eu descobri o motivo da insatisfação, pois senti exatamente o que tinha sentido em março de 2000, quando larguei meu primeiro curso, Engenharia de Alimentos: eu também não quero ser nutricionista.

Ficou tudo bem claro. As dores-de-cotovelo, as perseguições por alguém que eu não sabia quem era e os envolvimentos desesperadores dos últimos anos começaram justamente logo depois que entrei na Nutrição. Diversas vezes eu pensei em largar o curso, mas eu lembrava de como tinha sido quando larguei a Engenharia: vestibular de novo, gente se decepcionando, tempo "perdido". Sem falar que fiz boas amigas e conheci diversas pessoas extremamente interessantes, das quais eu não gostaria de me afastar.

Algo mais que eu percebi estar relacionado a essa epifania: os cursos de línguas que comecei a fazer. Primeiro eu achava que era para ocupar o tempo ocioso no qual eu ficava pensando em como seria bom estar com alguém. Hoje eu percebo que estava estudando algo que eu gostava, e cada vez que começava um novo eram três horas a mais de diversão na semana. Não que eu não goste do que estudo no curso de Nutrição: o curso é definitivamente interessante, eu apenas não quero isso para mim. Eu pensei em dizer que era como sexo sem amor, mas acho que está mais para amor sem sexo. Falta tesão, falta entrega, falta putaria - simbolicamente falando, é claro.

Quando me perguntavam sobre a faculdade eu costumava brincar dizendo que para mim era um passatempo. Eu nunca tinha parado para me dar conta disso: relamente era. Acabei de olhar para os títulos de alguns artigos que estou lendo para fazer meu trabalho de conclusão e pensei "não quero mais brincar disso".

Mas é claro que eu vou continuar na brincadeira; afinal, faltam só alguns meses para eu me formar e virar um nutricionista. Embora, é claro, eu não tenha a certeza de receber o meu diploma, já que o meu curso ainda não foi reconhecido pelo MEC e o pessoal daquela facudade não tem demonstrado muito interesse em fazer algo para que isso aconteça. Talvez agora eles estejam se preocupando, mas isso não foi feito no momento me que deveria ter sido, ou seja, no começo. Um dos responsáveis por isso estava se queixando há um tempo atrás em relação a isso e pondo a culpa em outras pessoas (quando na verdade ele tinha boa parte da responsabilidade) e a minha vontade foi dizer: BEM FEITO! Mas isso é outro assunto...

É claro, estou me sentindo aliviado por saber que eu não sou tão louco e dependente de relacionamentos como eu pensava antes. Obviamente ainda faz falta ter alguém do meu lado para beijar, amassar, currar, etc. etc. etc. O bom é saber que isso acontece por uma falha em outra área, e não apenas por carência afetiva. E o melhor ainda é saber ONDE está a falha. Eu já estava achando que estava enlouquecendo, achando que a vida era um droga e que nada valia a pena.

Uma pergunta? O que eu vou fazer depois de me formar? Ainda não sei... mas não vai ser uma especialização em Nutrição Clínica, nem mestrado em Ciências do Movimento Humano.

(risos)

terça-feira, maio 18, 2004

Tem dias que eu me sinto mais ou menos burrinho. No sentido de conhecimento mesmo. Fui pensar isso agora ha pouco, enquanto estudava. Deem uma olhada no paragrafo abaixo:

"Na sua frase imperfeita, o fungo agente causal forma conidios afilados, longos, multi-septados, nas extremidades de conidioforos ramificados, produzidos em esporodoquios que podem recobrir totalmente a superficie da mancha necrotica, em ambas as faces da folha. A fase sexual caracteriza-se por apresentar ascosporos bicelulares, hialinos, elipsoides, produzidos em ascas clavadas, em peritecios anfigenos, pardo-escuros ou pretos, esparsos e errupentes."

Até entendi o que o cara tava querendo dizer. O que não entendi foi o porquê de estar estudando toda essa engronha...

sábado, maio 15, 2004

Esperando na rodoviária

O dia começara devagar e ele já sabia o que tinha que fazer: passar no posto de passagens, comprar duas, voltar para casa, almoçar e ir para a rodoviária com a sua mala velha. Destino? Praia por quatro dias. Embora o tempo estivesse instável eles iriam. Ora, para que um dia de sol, se ficar em casa é tudo que alguém pode desejar depois de encontrar sua cara-metade (ou não)? Infelizmente ele não tinha certeza disso, apesar dos sinais que ele mesmo se dava.

Foi comprar as passagens sentindo um aperto no coração. Essa viagem seria um grande passo para a relação que estava fazendo um mês. Eles ainda não tinham dormido juntos, e, mais importante ainda, nunca tinham acordado juntos, com a cara amassada, olhos inchados e mau hálito. Algumas vezes isso pode ser assustador, acreditem! Depois de comprar as passagens, ainda sentia essa sensação estranha, uma voz que dizia ‘isso não ta certo, pára com isso enquanto é tempo, depois vai ser tarde demais para pular fora, aliás, já é tarde demais, pára com isso, pára, pára!

Mas ele não quis nem saber: comprou as passagens, foi almoçar, arrumou a mala e se largou para a rodoviária, já de bermuda e moletom. Chegou até a comprar uma sunga no dia anterior. Ela acabou não sendo deveras necessária, mas ele a levou mesmo assim.

Chegando na rodoviária, foi ao box seis e esperou pacientemente. Faltava ainda meia hora para partir o ônibus. Será que ele vem? Claro que vem, ele é apaixonado por mim. Faltavam ainda vinte minutos. Se ele não vier eu vendo a passagem para alguém. Simples assim. Todos querem viajar nesse feriado. Mas ele vem, tenho certeza. Faltavam agora quinze minutos. Se ele não vier, vai ser até mais fácil, pois aí eu termino logo tudo, coisa que já estava querendo fazer há algum tempo, talvez desde o início. Dez minutos. Será que devo procurar um comprador para a passagem? Claro que vou vender apenas uma, pois eu vou para praia nem que seja sozinho! Olha só quem ta chegando. Oi! Aqui!

Sorrisos para todos lados, desculpa ter demorado, tive que trazer o travesseiro. Nem esquenta, eu cheguei agora a pouco mesmo. Trouxe um presente para ti. Eu também. Feliz um mês, tomara que continuemos a nos suportar. Tomara. O ônibus já vai, vamos entrar. Vamos. Gosto muito de ti, sabia? Eu também, tu me deixa bem feliz. Tu também... te adoro. Também.

sexta-feira, maio 14, 2004

A Casa de Lego

Tem um amigo meu, chamaremos ele de Pablito (ele é amigo da Line também), que é um cara muito bacana, daqueles caras gente boa mesmo, como se fosse um irmão.

Esse cara, o Pablito, mora em São Paulo e vive diariamente aquela correria que todos sabemos ser muito desgastante. Mas como fulga pra tudo aquilo, ele tem uma casa de praia, em uma pacata praia no Sul de Santa Catarina.

Era uma casinha muito velha, de madeira, com banheirinho fora da casa. Era tão velha, que as paredes estavam abauladas, pois davam indícios de que não suportariam por muito tempo o peso do telhado. Na varandinha da frente, sempre o ponto de encontro dos amigos da praia (eu entre eles), faltavam diversas tábuas e havia o risco de se cair em um dos muitos buracos que tinham se formado. Os cupins há muito tomavam conta do local, e dizem alguns que a presença deles era o que mantinha a casa de pé.

Mas apesar de tão velha, a casa era o local onde se realizaram as melhores festas desse balneário. Não havia com o que se preocupar, sempre haveria o que beber, só rolavam som bom e a localização (100 metros do mar) era um convite para verões de muita diversão. Eu mesmo freqüentei muito o local, geralmente escorado num dos pilares da varanda, trocando o som, Skol na mão e divagando sobre qualquer assunto em pauta. Como todos que lá apareciam.

Mas nos últimos dois anos a casa entrou na UTI. O estado era por demais lastimavel. Ninguém estava muito afim de se arriscar a pegar tétanos nos pregos enferrujadas, ou pior, estar debaixo daquele teto quando os cupins resolvessem abandonar seus postos e literalmente por tudo abaixo. Por isso, surgiu a idéia: Burning down da house!

Era sério! O único fim digno que a casinha do Pablito, palco de tantas e tão loucas festas, poderia ter, era o de se fazer uma festa gigantesca e por tudo abaixo! E tocar fogo para esquentar a festa!

Há algum tempo vinhamos planejando como botar tudo abaixo. Problemas de logística atrapalharam os planos, afinal tinha que vir o povo de Sampa, Floripa, Tubarão... Mas a idéia da festa era motivo de grande expectativa por parte do pessoal.

Nesse interim, eis que chega nosso amigo Catarina, o furacao, passando exatamente sobre o litoral Sul do estado. As cadeiras de madeira que ficavam na varanda voaram por mais de 30 metros, tabuas das paredes foram encontradas a umas duas quadras de distância. Por fim, o teto inteiro ruiu, sobrando apenas o singelo banheirinho da rua.

Por fim, não sobrou nada da velha casinha de lego. Até a geladeira foi destruída. Ficou tudo pelo chão. Mas, como tudo a respeito daquele local, sobraram lendas. Muitas fotos. E divertidas histórias.

Uma delas até diz que não foi o Catarina que fez o estrago. Mas sim que os cupins que resolveram se aposentar...

quarta-feira, maio 12, 2004

Demonstração pública de afeto

E hoje almoçando no RU sou forçado a ver uma cena deplorável: um casal de namorados se beijando, aliás, deixem-me melhorar essa frase, um casal de namorados se engolindo, abraçados na parede.

Não tenho nada contra demonstrações de afeto em público, seja qual for o tipo de afeto. Já fui visto em parques beijando namorados, na praia andando de mãos dadas, em festas metendo a mão na bunda de alguns e até no meio do mato realizando atividades não muito recomendáveis à luz do dia.

Mas tudo tem o seu lugar e o seu momento. Demonstrações de carinho, amor e tesão são consideradas saudáveis por mim, por médicos e por praticamente todas pessoas. Mas em um restaurante, e ainda por cima universitário? Tenha dó, eu não mereço brigar por um bife mal passado e ainda ter que assistir um casal de agarrando do meu lado.

terça-feira, maio 11, 2004

Desmotivação tem sido palavra recorrente nas minhas conversas ultimamente. Antes que alguém pergunte, já comecei a escrever o TCC, e ele já tem quatro paginas. Espero que ele ainda aumente até sexta-feira. Claro que ele não vai aumentar sozinho; então, espero que EU o aumente até sexta-feira.

Mas o maior motivo dessa inércia existencial não é o TCC por si só, mas também tudo aquilo a que ele me remete: faculdade, formatura, mercado de trabalho, futuro incerto, opções a serem tomadas. Essas, então, são quase infinitas e não podem coexistir em sua maioria. E o que fazer então quando as opções que serão tomadas são, ao menos algumas, decorrentes de algo que não foi muito bem feito?

Exatamente. O que eu estou fazendo agora? O que quero, afinal, fazer em cinco anos? E em dez anos? Eu tenho alguns palpites, mas nenhum deles parece ser muito aplicável. Percebo apenas que não me imagino muito seguindo minha profissão a longo prazo. Também sei que tudo que eu planejei até hoje sempre deu errado de uma forma ou de outra. Ok, dizer que deu errado é muito radicalismo: deu certo, mas de uma maneira um tanto inusitada.

Por isso mesmo eu fiz a grande aquisição da semana: “O que devo fazer da minha vida?” escrito por Po Bronson. Segundo a orelha do livro, o autor foi a vários lugares e conversou com diversas pessoas realizadas na sua vida sobre a forma como elas chegaram a esse ponto e como descobriram a sua verdadeira vocação. Eu sempre tive uma cisma muito grande com livros de auto-ajuda, mas esse parece não ser bem o tipo, afinal, se ele ficar apenas dizendo coisas óbvias – como todo livro de auto-ajuda faz – pelo menos eu posso me divertir um pouco com as narrações.

E, ainda, no mesmo dia em que comprei o livro, rola um diálogo-de-porta-de-elevador (esse é parecido com o diálogo-de-parada-de-ônibus, execeto que o muda o meio de transporte e o tempo de espera – às vezes) no Instituto de Psicologia, onde tenho a minha fantástica (e chata) aula de Informática para Nutrição. Imaginem uma pessoa lendo uma placa com a descrição dos andares se virando e dizendo:

- Agora tudo que eu encontro por aí eu começo a ler.

Ok, minha reação é pensar “louca, porém letrada”. Ela continua, após um sinal de concordância que faço com a cabeça.

- Sabe o que é? É que eu não sei o que vou fazer no vestibular, então eu estou fazendo testes vocacionais aqui na UFRGS. Sempre sai uma coisa diferente. Eu já não sei mais o que fazer. É como se eu não gostasse de nada e gostasse de tudo ao mesmo tempo.

O elevador não chega. Ela continua.

- Agora vou ter que fazer vestibular novamente e ainda não sei para que vou fazer. É uma dúvida horrível essa.

O elevador chega, ela se despede e eu resolvo falar alguma coisa:

- Olha só, não te preocupa com o que tu vai fazer. Eu já comecei um curso, to terminando outro e ainda não tenho certeza. Faz qualquer coisa. No final das contas não faz muita diferença.

A porta do elevador fecha, e eu sumo.

Hoje foi um dia totalmente atípico. Fui visitar a minha ex-faculdade hoje. Lembrei de como, mesmo sem um tostão no bolso, eu gostava de ser estudante...

Desde que me formei em abril de 2003, nunca mais tinha colocado os pés no CCA (Centro de Ciências Agrárias). Não, não foi promessa de estudante indignado com a qualidade de ensino, nem problemas com os professores que nunca trabalhavam ou mesmo desavenças com colegas. Simplesmente não fui mais lá.

Mas foi ótimo dar um pulo lá, encontrar velhos colegas (que nunca se formam, por sinal), professores que eram mais amigos que mestres, ver realmente que apesar dos problemas o ensino público tenta sobreviver e as coisas por um acaso evoluem, e quem sabe, no fundo a coisa toda melhora.

Deu muita saudade de quando era estudante, e olha, nem faz tanto tempo assim. Na real, eu ainda não me sinto como um profissional. Deu pra ver de como eu gosto da minha profissão (apesar de saber que vou ter alguns problemas por causa disso) e de como faz falta o convívio de gente que apesar de ser muito diferente, tem os mesmos ideais. Claro, também deu saudade do povo lindo que sempre habitou aquele lugar, afinal eu tenho e sempre tive pensamentos carnais.

E é nessas horas que, como um ótimo consolo, é possível lembrar: sempre dá pra fazer um mestrado...

domingo, maio 09, 2004

Do caralho!!!

Só usando uma expressão como essa para dizer como foi o Curitiba Pop Festival nesse final de semana. Claro, showzito do Pixies acabou, como não podia deixar de ser, sendo o ponto alto do CPF.

Apesar de estar mal organizado, com direito ate a uma segragação nada ha ver, a pedreira estava maravilhosa, com uma iluminação perfeita e uma lua gigantesca.

Os shows foram muito legais, destaque para a desconhecida Hell on Wheels, banda indie sueca que mandou ver muito bem antes do Teenage Fanclub na primeira noite.

Na segunda noite, nem tinha como prestar atenção em qualquer outra coisa. A grande atração eram os Pixies, banda de Boston que influenciou tudo que ocorreu de decente no cenário do rock nos anos 90.

Os caras fizeram um show totalmente diferente do esperado, com um set list alternativo que encantou todo mundo. Não trocaram uma palavra com o público, mas tiraram muitas fotos da multidão com suas máquinas digitais. Apesar da qualidade do som estar deprimente (de novo, a organização vacilou) toda a galera cantou muito, pulou mais ainda e saiu extasiada...

Eu ainda estou completamente bobo...



Ah, taí um bom uso do flog, e pra quem quiser saber o que rolou:

http://diversao.fotoblog.uol.com.br/index.html

sábado, maio 08, 2004

Só quero registrar minha raiva em relação a todas pessoas que juram de pé junto que a palavra SAUDADE só existe em Português. Além de existir o substantivo NOSTALGIA em diversas outras línguas (nostalgy em ingles, nostalgia em espanhol e italiano) ainda existe a expressão 'tal coisa me faz falta' em infinitos idiomas. Só o que muda é a forma como se diz, mas o sentimento permanece o mesmo.

E, mais incrivelmente, a palavra saudade, como ja disse antes EXISTE SIM em várias línguas

Alemão: Sehensucht (substantivo) sehensuchtig (adjetivo)
Ingles: homesickness (saudades de casa, substantivo), homesick (adjetivo, saudoso de casa), longing
Italiano: mancanza (significando falta, mas traduzido exatamente como saudade (io ho mancanza di te, tenho saudade de ti))
Espanhol: añoranza (significa EXATAMENTE o mesmo q saudade, mas se usa praticamente só na espanha).

E isso que não to considerando as outras milhares de línguas que existe no mundo, inclusive aquelas que eu nem sei que existem. Acho que dizer que uma palavra só existe em uma língua é o mesmo que dizer que não tem vida em outros planetas. Agora já compartilhei a minha raiva com todo mundo.

sexta-feira, maio 07, 2004

Depois de mais de vinte e quatro horas indo do banheiro para a cama e da cama para o hospital consegui finalmente dormir. Ta certo que eu fiquei com febre, suei muito e delirei um pouco durante o meu sono, sonhando inclusive com coisas não muito indicadas (pré-existentes e coisas que nunca aconteceram). Ainda estou um pouco fraco, com dores pelo corpo, mas ao menos consigo ficar sentado na cadeira e não no trono. Depois de quatro anos comendo no RU, um dia eu tinha que passar mal.

E vejam só o meu horóscopo para hoje:

“Mãos à obra! O trânsito de Marte por Câncer, até 23/6, vai fazer você ficar orgulhoso do quanto será capaz de produzir nesse período”.

Ta certo que eu não acredito em astrologia, mas é um baita incentivo para começar a escrever o TCC (sim, ainda não tenho uma única palavra escrita, e preciso entregar um “esboço” sexta-feira que vem). Desejem-me sorte e inspiração.

quinta-feira, maio 06, 2004

Sabe aquele dia que você acorda bem, acha que o dia inteiro vai ser legal e nada pode acontecer para te atrapalhar? Aqueles dias que você vê que ficam cada vez mais raros com o passar do tempo?

Pois é, ando precisando urgentemente de um dia desses. Alguém tem algum aí sobrando, pra me vender?

quarta-feira, maio 05, 2004

Da série “como não seletar”

Seis horas da manhã: dores musculares por todo o corpo, intestino virado do avesso, fotofobia, gosto de cabo-de-guarda-chuva na boca. Desligo o despertador e volto a dormir, sem condições de sair da cama.

Oito horas da manhã: toca o telefone. Faço questão de imaginar que estou sonhando, mas a realidade e minha audição são mais fortes, sendo que tenho que me levantar, me arrastar até a escrivaninha e atender o raio do telefone.

- Alo?
- Quem é?
- É o Alex.
- Oi meu, tudo bem?
- To me sentindo meio mal, mas to bem. Quem é?
- Olha só cara, eu achei teu telefone anotado aqui em casa.
- Meu... São oito horas da manhã.
- Tu tava dormindo?
- Não deveria, mas não to me sentindo bem. De qualquer jeito, é cedo!

Segue um silêncio, até que o cara volta a se manifestar.

- Ta a fim de dar uma banda?
- Hein? Agora?
- É.
- Meu, são oito horas da manhã, ta frio e chovendo lá fora, eu to com frio e tenho muito mais o que fazer e tu pergunta se eu to a fim de dar uma banda agora?
- É.
- Não. Não to a fim de dar uma banda. E de onde nos conhecemos, afinal?
- Não sei. Encontrei teu telefone e resolvi ligar
- Certo. Então pensa de onde tu me conhece e depois me liga. Até.
- Ah... Ta... Tchau.

Fico pasmo com a falta de critérios de algumas pessoas.

Dos flogs...

Gostei muito da discussão levantada pelo Vood sobre os flogs. Li alguns comentários, alguns são contra flog, outros são a favor de flogs. Acredito que o flog é apenas a mídia e, claro, que toda mídia tem um tipo de conteúdo, ou ao menos deveria ter.

Normalmente pessoas usam os flogs para colocar suas fotinhos e espalhar para o mundo ver. Não tenho percebido conteúdo na maior parte desses sites que já vi até agora. De qualquer forma, nem tudo realmente precisa ter conteúdo: há quem se contente com um rostinho bonito em um corpinho sarado (algo que não faz jus à maioria detentora de flogs). Anyway, eu procuro mais que isso.

O texto explicativo das fotos normalmente se resume a pouquíssimas linhas sobre:
1. descrição de pessoas;
2. descrição de uma situação;
3. descrição de si mesmo (a mais comum).

Os comentários das pessoas que lêem flogs normalmente não passam de:
1. como você é gato(a);
2. como fulano(a) que está na foto com você é gato(a).

Sinceramente, eu prefiro ser reconhecido por alguém pelas coisas que eu escrevo (e isso já aconteceu em bares aqui na cidade, onde gente que eu nunca vi na vida chegou perguntando “é tu que escreve no seletando?”) do que ser reconhecido por ter uma foto por dia estampada em uma página na web.

É obvio, existem ainda os flogs temáticos, e esses eu acho interessantes. Há mesmo alguns que eu acompanho com freqüência, como o de um amigo canadense, sobre suas viagens pelo mundo e os amigos que fez.

Eu prefiro escrever um blog, pois tenho o que dizer, pois mais imbecil que algumas coisas possam parecer. Sei conjugar verbos e usar conjunções, mesmo que cometa alguns erros grossos às vezes. Tenho minhas opiniões, tenho meus protestos, desabafos e reclamações. Tenho a faca e o queijo na mão, indo além de um rostinho bonito e um corpinho sarado (ultimamente nem tão sarado assim). Seletar alguém é como o mercado de trabalho: você tem que ter o diferencial.

Os flogueiros de plantão podem dizer: “uma imagem vale mais que mil palavras”. Eu ainda prefiro a máxima “imagem não é nada, sede é tudo”.

Curitiba Pop Festival

Poseh povo, essa semana vai ser de Rock Alternativo na veia!!! Finalmente, após uns 10 anos de espera, finalmente vamos poder ver no Brasil os Pixies.

Pra quem nunca ouviu falar, os Pixies são um dos maiores expoentes do rock alternativo, surgido no final dos anos 80 nos EUA. Por lá os caras sao muito conhecidos, e aqui eles são bem cultuados no cenário alternativo - guitar rock. Os caras acabaram ali por volta de 94, deixando um bando de fãs saudosos em todos os cantos do mundo, mas no final do ano passado resolveram voltar com a formação original, e decidiram que dessa vez eles iam passar no Brasil pra dar uma palhinha pra galera.

Eles sao mais conhecidos aqui pela baladinha pop que lançaram no álbum Doolitle - Here Comes Your Man - e pela trilha de encerramento de Clube da Luta - Where's my mind. Pra quem não conhece, vale a pena procurar no SoulSeek.

Line, tu deve imaginar a minha empolgação neh? Essa semana, soh Pixies na vitrolinha... :) Já combinei com o nosso queridissimo Crema de nos encontrarmos em Curitiba pra fazer aquela fuzarca tradicional, já que vou segurando a vela dos meus irmãos. Ou, como disse meu irmão, ateh tu achar um curitiboca pra ti...

Bom, ainda tem ingressos a venda no www.curitibapopfestival.com, assim como informações do show.

Vai lá: Dias 7 e 8 de maio, na Pedreira Paulo Leminski em Curitiba, PR.

Quanto: R$ 100,00 (cem pilas) pelas duas noites do festival, incluindo também o show do Teenage Fanclub e até uma banda de Floripa, a Pipodélica.


Motorway To Roswell Lyrics
by Pixies

Las night he could not make it
he tried hard but could not make it
last night he could not make it
on a holiday
for many miles
looking for a place to stay
near some friendly star
he found this mote
and now we wonder where we are
how could this so great
turn so shitty
he ended up in army crates
and photographs in files
his tiny boat
sparked as he turned to grazed our city
i started driving on the motorway
i was feeling down
last night he could not make it
last night he could not make it
he tried hard but he could not make it
last night he could not make it
on a holiday
so many miles
looking for a place to stay
near some friendly star
he found this mote
and now we wonder
how could this so great
turn so shit
he ended up in army crates
and photographs in files
his tiny boat
sparked as he grazed it
he started heading for the motorway
and he came right now.


segunda-feira, maio 03, 2004

Concert for George

Pra quem gosta de um somzinho bacana e tem TV a cabo: ta passando no Multishow (Net) e na HBO Plus (TVA) o show tributo ao George Harrison.

Nesse show, que conta com a presença do Paul e o Ringo, aparecem também o Eric Clapton, Tom Petty e mais uma porção de gente bacana! Tem também um moleque que é a cara do George (o nariz é o mesmo pelo menos).

As músicas são as que o Harrison compôs no tempo dos Beatles e também da carreira solo do cara. Para quem gosta de um som bom, e gosta de ver os mestres reunidos.

Destilando 1.0

Falar de pessoas, coisas e acontecimentos faz parte da vida... Nem adianta vir me dizer que isso eh coisa de gente superficial, que nao tem nada pra fazer da vida! Eu tenho um monte de coisas para fazer, mas sempre arranjo tempinho pra falar mal de algo. E acho que faz parte do crescimento pessoal, mas nao do alvo das criticas, mas do meu crescimento proprio, afinal a gente tenta nao copiar os erros os quais criticamos...

Mas galerinha, nao se preocupem, as criticas de hoje nao vao para ninguem em especial, mas para uma tribo que venho considerando como das mais futeis dentro da Internet: os flogueiros, ou sei l como esse povo que tem fotolog se chama...

Desculpem-me os leitores do seletando que possuem um fotolog, mas eu ainda estou para ver um flog desses que nao seja uma gigantesca massagem no ego proprio, uma auto-babacao de ovo, com mensagens ridiculas vindas de todos os lados, comentando uma foto propria geralmente tosca, tirada pela melhor amiga ou com o braco esticado tentando achar o melhor auto-enquadramento. O flogui me parece uma alternativa bem facil e bem menos pensante que um blogui, afinal nao e preciso ler e muito menos escrever para divulgar algumas ideias. Claro, quem sofre no final sao os temas, que acabam girando sempre em torno da foto da festinha fuleira do final de semana.

O povo gay entao, aproveita e fazem uns floguis com fundo de papel de carta, usando pra fazer um site de auto-propaganda do seu email no messenger (tipo: se vc eh gato, entra em contato, vai!) ou pra quando alguem que leu (se souberem ler, alem de verem fotinhos) os encontrarem na night dizerem: Vi seu flogui semana passada, muito legal, e bla bla bla...

Na esperanca de morder minha lingua, espero que alguem me mande o endereco de um flogui bacana, que nao seja de um egocentrismo tapado como os que estou vendo por a?!

Ah, Line, nao tens flogui nao neh? :P